sexta-feira, 19 de abril de 2024

Joaquim Cardoso Dias-"Notícia para uma carta de Al Berto"

 

Parece que os poetas fluem como torrentes que sulcam rochas e abrem caminho onde ele não existe. Eugénio de Andrade testemunhou que demorava semanas para encontrar uma palavra. Quantas lhe passariam no pensamento e lhe terão aflorado aos lábios até uma só cair no papel. Herberto Hélder escreveu e reescreveu a sua poesia durante toda a vida; contendo o texto, mudando palavras, sempre depurando. Não é fácil este caminho de atravessar desertos, de desbravar veredas através da selva, de não sucumbir nas águas geladas.

De Joaquim Cardoso Dias um poeta raro, foi editado um livro precioso “Notícia para uma carta de Al Berto”. Bem hajas Joaquim.



domingo, 31 de março de 2024

Hoje Domingo de Páscoa: Aleluia! Aleluia! A carnificina ressuscitou! - Flávio Josefo - A guerra dos Judeus.

 A tragédia é que há uma grande probabilidade de  os Palestinianos de hoje serem os descendentes desses Judeus do Primeiro Século. Aqui como em tanto outra parte os irmãos matam-se por interesses que são alheios à sua própria vida.






sábado, 30 de março de 2024

Comendo esparguete

 

Contou Louis-Ferdinand Destouches que na sua infância viveu durante uma temporada num quarto. Nesses quartos alugados não era permitido cozinhar. Tanto em França como aqui em Portugal houve esse regime. Para quem cozinhava às escondidas a dificuldade era não atrair a atenção dos outros hóspedes; principalmente da dona da casa, com o odor da confecção culinária. Isso poderia ser motivo bastante para despejo. Então Louis-Ferdinand que adoptaria mais tarde o nome literário de Louis-Ferdinand Céline, precisamente em homenagem ao primeiro nome de sua mãe, disse que comiam muita massa. A cozedura da massa é quase inodora. Diz Céline que por vezes no final a temperavam com um pouco de manteiga.



Os 6 estados do Jejum de 3 dias.


 

terça-feira, 19 de março de 2024

Deixo aqui José Luiz Tavares, um poeta vivo porque não se pode erguer o copo e brindar à saúde de quem morreu.

 

Sim, é verdade que os poetas também morrem!

Há quem diga que verdadeiramente não morrem. Que vivem eternamente enquanto for cantada a poesia que deixaram escrita. Mas é charada de mau gosto. É bem verdade que morrem e que sofrem com os caninos da dor a rasgar a carne e as vísceras até que a náusea os derrube no vómito que antes era poesia. Não há justificação para o sofrimento. Não há justiça na dor. Nem razão divina que a sustente a não ser por algum exercício metafísico de catarse poética.

 

Deixo aqui José Luiz Tavares, um poeta vivo porque não se pode erguer o copo e brindar à saúde de quem morreu.



lavorare con il fuoco