quinta-feira, 30 de setembro de 2010
Brahms e Schumann como são difíceis de tragar,
qualquer escuta mais ligeira faz maravilhas ao ouvido, mas não cessa o descarrilamento quando o ouvido se empenha em escutar.
Uma voz divina que pertence a Gundula Janowitz.(Johannes Brahms "Um Requiem Alemão")
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
Exposição No meio do caminho
De que pedra fala Carlos Drummond de Andrade?
Há quem diga que na altura em que escreveu o poema, o poeta teria sofrido de cálculos renais, ou pelo menos teria presenciado o violento sofrimento que tal enfermidade provoca. Há quem diga que “pedra” designa a dose de haxixe suficiente para causar alucinações e nesse sentido designaria a própria alucinação.
Seja a pedra qual for, pedras há muitas. Há pedras gigantescas do tamanho de montanhas e pedras tão pequenas que se introduzem no sapato. Sejam as pedras concretas ou fruto da imaginação, as pedras no caminho são para o caminhante obstáculos a transpor, dificuldades a superar.
A pedra em si é sinónimo de barreira a ultrapassar. Porém a verdadeira pedra é a força de vontade e a resiliência que é preciso ter para vencer a adversidade.
Esta exposição pretende estar dentro do seu tempo e trazer pedras que fomos encontrando e resolvendo no nosso quotidiano.
Nas peças que mostramos há pedras que ainda de pedra são, mas já parecem de pedra não ser, pelo prodígio de terem adquirido leveza e movimento. Esta imaterialidade atingida pelas esculturas em pedra de Beatriz Cunha é continuação do trabalho anterior em bronze.
A temática da exposição engloba também um núcleo votivo. Ex-voto é o nome latino dado na Roma pagã e depois cristã a quem queria agradecer a uma divindade a graça recebida, mas a prática votiva existiu desde sempre em todas as culturas. Os ex-votos são testemunho da vitória sobre as pedras no caminho. São uma prova da vitalidade da arte desde tempo pré-histórico, ainda antes de se chamar arte. O ex-voto actualmente faz parte da arte dita popular, mas em rigor, arriscamos dizer que toda a arte é ex-voto.
A arte não é apenas para os endinheirados, os ex-votos populares ensinaram-nos que mesmo em tempo de dificuldade o mais humilde ofertante compra uma escultura ou pintura para agradecer o seu bem-estar. A sua aflição ganha ainda uma carga altruísta e honorífica quando faz a partilha pública do sofrimento privado e o torna ensinamento e prova de superação. ------------------------------------
Luís Filipe Gomes
Setembro 2010
domingo, 26 de setembro de 2010
Há músicas que se prendem aos ouvidos e aos lábios, e nos prendem: Viva Sevilla!
Um poeta músico chamado Federico Garcia Lorca e uma bailarina cantora chamada Argentinita. (1936 ou 1937)
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
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