segunda-feira, 29 de julho de 2019
sábado, 27 de julho de 2019
Vergílio e Fukuoka.
A livre associação é um método utilizado por surrealistas, psicologistas (fonéticamente dá-me jeito chamá-los assim), baristas e outros artistas.
Esta técnica pode ser explicada pela expressão "unir os pontos", e não foi certamente uma técnica criada por pedreiros. Creio nisso com certeza. Os Pedreiros quando unem os pontos têm sempre um objectivo em mente.
Os Pedreiros para se darem à maçada de tocarem suas pesadas marretas nas cabeças de cunhas e ponteiros, cantando à pedra e batendo uma cadência precisa têm o objectivo de separar. Querem cortar a pedra por uma linha que desenharam esforçadamente, escavando a pulso pequenos orifícios que depois aprofundam até à ruptura.
Quem une os pontos na livre associação não tem um objectivo. Tem uma revelação de uma coisa que não premeditou. Não usa a técnica dos pedreiros.
Unindo os pontos em livre associação o "desenho" é sempre surpreendente. É sempre um momento de espanto e é mágico.
Há quem faça disso mister, lance búzios, ou observe folhas da infusão que serviu e bebeu, e nelas consiga ver o futuro.
Há quem se recolha a olhar os rebocos de paredes velhas ou a olhar núvens na expectativa da revelação e a obtenha.
Unir os pontos pode ser resultado da abstracção sensorial. Certos oráculos recolhiam-se em cavernas e flutuavam em água, olhos cerrados, ouvidos imersos. Outros na obscuridade contemplavam espelhos que reflectiam a escuridão e assim ficavam até a privação sensorial lhes revelar uma resposta. Isto vem a propósito de entre o que ando a ler e a reler estar o livro "Geórgicas" do Vergílio
125 "Antes de Júpiter, nenhuns habitantes lavravam os campos,
nem na verdade era lícito marcar ou repartir o campo com limites.
Procuravam eles antes o bem comum. E a própria terra,
sem que ninguém lhe requeresse, tudo produzia sem restrições.
Foi ele quem adicionou o pérfido veneno às letais serpentes..."
Geórgicas-Vergílio editado por Livros Cotovia 2019 -
lembrei-me então do Masanobu Fukuoka e de "A Revolução de Uma Palha".
Isto de associar pontos é disparatado mas não deixa de ser surpreendente.
E depois quando lado a lado guardei a imagem dos dois livros esta fez-me lembrar as cores de uma bandeira. Uma bandeira idealizada por pedreiros e carvoeiros.
Esta técnica pode ser explicada pela expressão "unir os pontos", e não foi certamente uma técnica criada por pedreiros. Creio nisso com certeza. Os Pedreiros quando unem os pontos têm sempre um objectivo em mente.
Os Pedreiros para se darem à maçada de tocarem suas pesadas marretas nas cabeças de cunhas e ponteiros, cantando à pedra e batendo uma cadência precisa têm o objectivo de separar. Querem cortar a pedra por uma linha que desenharam esforçadamente, escavando a pulso pequenos orifícios que depois aprofundam até à ruptura.
Quem une os pontos na livre associação não tem um objectivo. Tem uma revelação de uma coisa que não premeditou. Não usa a técnica dos pedreiros.
Unindo os pontos em livre associação o "desenho" é sempre surpreendente. É sempre um momento de espanto e é mágico.
Há quem faça disso mister, lance búzios, ou observe folhas da infusão que serviu e bebeu, e nelas consiga ver o futuro.
Há quem se recolha a olhar os rebocos de paredes velhas ou a olhar núvens na expectativa da revelação e a obtenha.
Unir os pontos pode ser resultado da abstracção sensorial. Certos oráculos recolhiam-se em cavernas e flutuavam em água, olhos cerrados, ouvidos imersos. Outros na obscuridade contemplavam espelhos que reflectiam a escuridão e assim ficavam até a privação sensorial lhes revelar uma resposta. Isto vem a propósito de entre o que ando a ler e a reler estar o livro "Geórgicas" do Vergílio
125 "Antes de Júpiter, nenhuns habitantes lavravam os campos,
nem na verdade era lícito marcar ou repartir o campo com limites.
Procuravam eles antes o bem comum. E a própria terra,
sem que ninguém lhe requeresse, tudo produzia sem restrições.
Foi ele quem adicionou o pérfido veneno às letais serpentes..."
Geórgicas-Vergílio editado por Livros Cotovia 2019 -
lembrei-me então do Masanobu Fukuoka e de "A Revolução de Uma Palha".
Isto de associar pontos é disparatado mas não deixa de ser surpreendente.
E depois quando lado a lado guardei a imagem dos dois livros esta fez-me lembrar as cores de uma bandeira. Uma bandeira idealizada por pedreiros e carvoeiros.
Arcos.
...os caminhos para eles convergiam de forma a serem vistos a distância. Então sob eles passávamos para que vissem assim na desproporção do tamanho a escala de tantos feitos...
sexta-feira, 26 de julho de 2019
segunda-feira, 22 de julho de 2019
domingo, 21 de julho de 2019
Escrever a Vermelho ou andar com a cabeça na Lua.
Dizia o outro que beber vinho era dar de comida a um milhão de portugueses, também disse que escrever a vermelho era mandar à merda uns tantos.
Na altura os vermelhos não estavam na moda, toda a gente da cidade andava com a cabeça na Lua. A menos que fôsse preocupação ter alguém, lá no ultramar, numa das frentes de guerra, a vida parecia tranquila.
Só se escrevia a vermelho, só se usava a tinta vermelha para sinalizar algo muito importante ou avisar alguma falta grave.
Assim se fazia nas repartições do estado: fôsse na escrita à máquina de uma ficha de um prisioneiro político torturado, no apontamento de um registo civil, na apreciação feita em uma caderneta militar, no carimbo de passaporte,... ou uma anotação manual feita na correcção de uma prova escolar e na nota final.
Deviam ser mais ou menos dois milhões os que podiam escrever a vermelho. Os que podiam mandar à merda. Quando sem esta protecção institucional alguém escrevia a vermelho para outrém logo este lhe perguntava:
Escreves-te a ENCARNADO !?Estás a mandar-me à merda?
Hoje escrever a vermelho pode bem ser mandar à merda os que são nostálgicos desse tempo os que andavam com a cabeça na lua e os que hoje são seus herdeiros.
Na altura os vermelhos não estavam na moda, toda a gente da cidade andava com a cabeça na Lua. A menos que fôsse preocupação ter alguém, lá no ultramar, numa das frentes de guerra, a vida parecia tranquila.
Só se escrevia a vermelho, só se usava a tinta vermelha para sinalizar algo muito importante ou avisar alguma falta grave.
Assim se fazia nas repartições do estado: fôsse na escrita à máquina de uma ficha de um prisioneiro político torturado, no apontamento de um registo civil, na apreciação feita em uma caderneta militar, no carimbo de passaporte,... ou uma anotação manual feita na correcção de uma prova escolar e na nota final.
Deviam ser mais ou menos dois milhões os que podiam escrever a vermelho. Os que podiam mandar à merda. Quando sem esta protecção institucional alguém escrevia a vermelho para outrém logo este lhe perguntava:
Escreves-te a ENCARNADO !?Estás a mandar-me à merda?
Hoje escrever a vermelho pode bem ser mandar à merda os que são nostálgicos desse tempo os que andavam com a cabeça na lua e os que hoje são seus herdeiros.
sexta-feira, 19 de julho de 2019
quinta-feira, 18 de julho de 2019
quarta-feira, 17 de julho de 2019
Os legumes que crescem sem fosfatos e quase sem serem regados. Les légumes de Pascal Poot poussent sans arrosage
E quando os fosfatos acabarem? As minas de Marrocos e da Tunísia estão a chegar ao ponto do seu esgotamento.
As plantas actuais necessitam de fosfatos e de muita água. Só as variedades antigas estão aptas a retirar do solo o seu alimento fosfatado e a água em quantidades menores.
Estas variedades estão a ser patenteadas por grandes empresas multinacionais agro-industriais. O património mundial de sementes está a ser registado no nome dessas empresas. É um roubo à escala global.
segunda-feira, 15 de julho de 2019
Dente de Leão - Diente de León: la planta que Monsanto quiere erradicar (con Josep Pàmies)
Eficaz no combate à leucemia o Dente de Leão é abundante. A indústria agro-química tenta destruí-lo. A indústria farmacêutica ignora-o mas simultâneamente vai construindo moléculas para o mesmo fim, moléculas que patenteia e vende. Independentemente disto tudo, os pássaros nomeadamente os pintassilgos adoram as suas sementes. Em criança havia uma brincadeira em que se perguntava "o teu pai é careca?" dada a resposta soprava-se a cabeça esférica onde as sementes estavam e consoante voassem todas ou ficasse alguma agarrada se julgava ser falsa ou verdadeira a resposta dada.
Uma coisa é certa e verdadeira não há ervas daninhas, há é muita ignorância e muito conhecimento que se perde e não se transmite às gerações mais novas.
domingo, 14 de julho de 2019
sábado, 13 de julho de 2019
sexta-feira, 12 de julho de 2019
terça-feira, 9 de julho de 2019
Os namorados embriagados.
Nunca mais tinha visto estes desenhos sabia que os tinha guardado mas não os conseguia encontrar. Desenhei-os na Cidade do Luxemburgo em Outubro de 1992.
Tinha entrado num café com evidentes marcas de ser negócio de portugueses, bandeiras e fotografias na montra, marcas portuguesas de bebidas... mas a lista de especialidades portuguesas em luxemburguês mostrou-me que a clientela não era exclusivamente portuguesa.
Em todos os estabelecimentos onde tinha entrado antes dirigiam-se a mim com um "gudden moien", só quando eu respondia em francês, usavam o francês para falar comigo, por isso foi uma surpresa quando naquele café um homem sorridente que eu ouvira falar em francês com os outros clientes veio à mesa onde me tinha sentado e para me atender pergunta:
"-Ora então o que é que vai ser?"
Eu bem sabia que não parecia luxemburguês, nem francês e muito menos alemão, mas até essa altura não sabia que o meu aspecto era tão evidentemente português.
Entretanto de uma mesa levantou-se um casal que saiu para a rua e enquanto esperava o meu café comecei a desenhá-los.
Sinuosamente, como se a ruela fosse um convés num mar agitado, progrediam em zigue-zague.
Lentos, muito ébrios e enamorados, íam cingidos em amparo, percorrendo o empedrado de lés-a-lés até quase encontrarem as paredes das casas, mas com a firmeza de não tropeçarem em coisa alguma.
Sorri e senti uma imensa ternura como se os conhecêsse.
segunda-feira, 8 de julho de 2019
domingo, 7 de julho de 2019
Herbicidas - O Q.I. dos cartazes de aviso de herbicida. Dizem os indiferentes "com o mal dos outros posso eu bem".
...A febre dos herbicidas felizmente não chegou aí.
Aqui nesta aldeia de Lisboa nas suas Freguesias e seus arredores continuam a usar glifosato e outros venenos.
Colocam cartazes a avisar os vizinhos da perigosidade para crianças e animais de companhia mas quem irá avisar os gatos de rua? os chapins e as arvéolas? os pardais e os melros? os gatos e os cães que passam? Quem lerá os cartazes para eles? E quando a chuva vier para onde irá todo esse veneno?
sábado, 6 de julho de 2019
O homem de carrapito disse:
"Foi super interessante!
A cereja no topo do bolo é que esta acção foi também muito gratificante!
Tive de sair da minha zona de conforto, ser resiliente, aproveitar esta janela de oportunidade e juntar sinergias para esta experiência top.
Foi 5 estrelas!
Amei!
E no fim do dia..."
A cereja no topo do bolo é que esta acção foi também muito gratificante!
Tive de sair da minha zona de conforto, ser resiliente, aproveitar esta janela de oportunidade e juntar sinergias para esta experiência top.
Foi 5 estrelas!
Amei!
E no fim do dia..."
quarta-feira, 3 de julho de 2019
Grada Kilomba - Memórias da plantação.
A propósito de um comentário feito à publicação anterior e que não publicarei. Sobre segregação e racismo, vivamente julgo aconselhável ler.
segunda-feira, 1 de julho de 2019
En estos dias (Silvio Rodríguez)
En estos días
todo el viento del mundo
sopla en tu dirección
la Osa Mayor corrige la punta
de su cola y te corona
con la estrella que guía la mía.
todo el viento del mundo
sopla en tu dirección
la Osa Mayor corrige la punta
de su cola y te corona
con la estrella que guía la mía.
Los mares se han torcido
con no poco dolor
hacia sus costas
la lluvia dibuja en tu cabeza
la sed de millones de árboles
las flores te maldicen muriendo
celosas.
con no poco dolor
hacia sus costas
la lluvia dibuja en tu cabeza
la sed de millones de árboles
las flores te maldicen muriendo
celosas.
En estos días
no sale el sol sino tu rostro
y en el silencio sordo del tiempo
gritan tus ojos.
no sale el sol sino tu rostro
y en el silencio sordo del tiempo
gritan tus ojos.
¡Ay de estos días terribles!
¡Ay de lo indescriptible!
¡Ay de lo indescriptible!
En estos días
no hay absolución posible
para el hombre
para el feroz, la fiera
que ruge y canta ciega
ese animal remoto
que devora y devora primaveras.
no hay absolución posible
para el hombre
para el feroz, la fiera
que ruge y canta ciega
ese animal remoto
que devora y devora primaveras.
En estos días
no sale el sol sino tu rostro
y en el silencio
sordo del tiempo gritan tus ojos.
no sale el sol sino tu rostro
y en el silencio
sordo del tiempo gritan tus ojos.
¡Ay de estos días terribles!
¡Ay del nombre que lleven!
¡Ay de cuantos se marchen!
¡Ay de cuantos se queden!
¡Ay de todas las cosas que hinchan este segundo!
Ay de estos días terribles asesinos del mundo
¡Ay del nombre que lleven!
¡Ay de cuantos se marchen!
¡Ay de cuantos se queden!
¡Ay de todas las cosas que hinchan este segundo!
Ay de estos días terribles asesinos del mundo
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