
quinta-feira, 29 de abril de 2010
Sementes de Celidónia ou erva-das-verrugas ou erva andorinha.
Brevemente terei sementes de Celidónia para oferecer a quem precisar. As vagens estão em formação e no máximo daqui a um mês poderei recolher as pequenas sementes e enviar para que sejam semeadas. Houve uma pessoa do Brasil que mostrou interesse em poder semear esta planta pois estava trabalhando com crianças que tinham bastantes cravos ou verrugas.
Se quiserem manifestar o vosso interesse e morada para envio podem contactar-me: luisdesenha@gmail.com

quarta-feira, 28 de abril de 2010
Postal a caminho do Brasil, quando a greve dos CTT deixar.
Nesta sociedade da abundância na praça da jorna da cidade abunda a ganância. Abundam os desempregados para poucos trabalhos mal pagos. Abundam os baixos salários e os trabalhos precários. Abundam os pobres, os doentes, os malfadados enfim os que partilham a sorte dos animais abandonados.___________________________________
Caneta alemã e café brasileiro sobre papel alemão Fabriano(Café é o conduto do pão dos pobres)

Maria Farantouri Canta Asma Asmaton, A canção das Canções,de Mikis Theodorakis
Não atacam com bombas e aviões, sentam-se frente a computadores em grandes salões.
Não há grilhões nem arame farpado, apenas câmaras e betão armado.
Com papeis virtuais fazem a miséria das nações uma e outra vez mais como já fizeram os seus avós e os seus pais.
terça-feira, 27 de abril de 2010
segunda-feira, 26 de abril de 2010
domingo, 25 de abril de 2010
ACORDAI
Fernando Lopes Graça : Acordai
Música: Fernando Lopes Graça
Letra: José Gomes Ferreira
A. Guimarães
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Acordai
acordai
homens que dormis
a embalar a dor
dos silêncios vis
vinde no clamor
das almas viris
arrancar a flor
que dorme na raíz
Acordai
acordai
raios e tufões
que dormis no ar
e nas multidões
vinde incendiar
de astros e canções
as pedras do mar
o mundo e os corações
Acordai
acendei
de almas e de sóis
este mar sem cais
nem luz de faróis
e acordai depois
das lutas finais
os nossos heróis
que dormem nos covais
Acordai!
sábado, 24 de abril de 2010
sexta-feira, 23 de abril de 2010
O medo

quinta-feira, 22 de abril de 2010
Deolinda também é fado.
Deolinda, é um exemplo da vitalidade de um tipo superior de inteligência, a Ironia. Não há portuguesa ou português do povo que não cultive a ironia. Desde tempos ídos que assim é. A sua divulgação entre os mais humildes constituiu em tempos de repressão, uma forma de combate e de saúde mental contra a adversidade. Seja de origem popular ou erudita a ironia é algo que cultivamos quotidianamente. Os soturnos lisboetas do fado melancólico sempre tiveram os seus fados ditos humorísticos. Marceneiro e Amália disso foram exemplo, não falando em "cantadeiras" como a preciosa Hermínia Silva.
Deolinda é um grupo jovem, iconoclasta, assumidamente da zona suburbana de Lisboa. Cantam fado sem qualquer guitarra portuguesa. Os seus temas são muito prosaicos mas agarram em profundidade o que nos caracteriza como lisboetas. Neste retrato identitário nem sempre ficamos bem, mas como eles dizem -Lisboa não é a cidade perfeita mas é o melhor que arranjamos. O mesmo se aplica aos seus naturais.
Luiz Goes canta A Canção de Coimbra
Luiz Goes tem uma voz poderosíssima e de um calor inexcedível. No estúdio de gravação era frequente afastarem dele o microfone que lhe captava o canto.
Este tipo de Canção de Coimbra é conhecida por Fado de Coimbra ou Balada de Coimbra. Tem óbvias preocupações sociais mas a temática é abrangente e poderei dizer que espelha as preocupações da juventude face ao mundo em descobrimento. Há uma tradição que liga este tipo de Fado com o mundo Académico: poetas, compositores, músicos cantores, revelam-se entre os estudantes universitários de Coimbra que são até hoje os seus praticantes. Talvez por isso não haja uma vertente comercial activa e duradoura no tempo. O próprio Luiz Goes, Doutor de Coimbra, médico estomatologista, apesar do seu currículo internacional nunca deixou de ser médico até 2003, ano em que se reformou. Apesar da sua idade, a voz mantém-se, oxalá volte a gravar.
quarta-feira, 21 de abril de 2010
terça-feira, 20 de abril de 2010
segunda-feira, 19 de abril de 2010
quinta-feira, 15 de abril de 2010
Tromba de água em Lisboa
-E o que choveu ontem? -Aí pelas três da tarde, era o dilúvio? -Choveu a potes! -Aquilo foi uma tromba de água._________________________________________________
Não fui eu que tirei as fotos que estão a circular na net mas quem as tirou fez bem em as disponibilizar. Fico agradecido e partilho convosco a tromba de água em pleno Rio Tejo frente à estação de caminho de ferro de Santa Apolónia.


sábado, 10 de abril de 2010
Violeta Parra-Gracias a la Vida
Faz anos agora em 11 de Abril, que uma exposição de Violeta Parra esteve no Museu do Louvre em Paris. Foi no ano de 1964.
Nesse tempo Violeta já tinha consciência do que agora chamamos multimédia. A sua obra já integrava vestuário, poesia, tapeçaria, pintura, desenho, música, actuação (performance) e uma outra arte; estar com as pessoas. Esta arte tão difícil tem outro nome; Solidariedade. Se lhe restásse um único meio de expressão, um só; Violeta afirma preferir esse de ficar com a gente.
A solidariedade é um caminho difícil, solitário ainda que assim não pareça; só os mais capazes o conseguem trilhar e esses não são nem os mais fortes, nem os mais poderosos, nem os mais abastados.
sexta-feira, 9 de abril de 2010
quinta-feira, 8 de abril de 2010
Joan Baez canta José Afonso relembrando-nos a fraternidade e a união como outrora fez em Espanha.
Joan Baez passou por cá em Março. Cantou esta canção de José Afonso, que foi senha para a revolução do 25 de Abril de 1974. Ela certamente viajou no tempo, recuando 30 anos, até quando esteve entre nós. Por outro lado estava bem no presente, sabendo que Abril se avizinhava, cantando o que se tornou num hino de libertação e esperança na fraternidade humana
Joan Baez canta "Grândola, Vila Morena" (José Afonso) from angelanns on Vimeo.
Joan Baez que menos de um mês antes esteve cantando para o presidente dos Estados Unidos da América, seguiu após este concerto, para Madrid. Foi-lhe imposta a Ordem de las Artes y Letras de España pela ministra da cultura. A condecoração aprovada pelo parlamento espanhol traduz o reconhecimento e o agradecimento institucional a uma artista que relevou a cultura espanhola numa altura em que não era ainda um referencial. Estou falando de um disco que tomou o nome de uma canção de Violeta Parra, "Gracias a la Vida".O disco editado em 1974 apanha a queda da Ditadura Espanhola nascida da Guerra Civil de 1936-1939. Estive no sul de Espanha por essa altura, em 1978. O disco era tocado nas grandes superfícies comerciais, e a canção Gracias a la Vida era cantada nas ruas. Este facto aparentemente sem relevância, no meu entender, materializa a importância da arte na vida de cada um de nós._____________ Cantando aquelas canções da identidade hispano americana, Joan Baez estava a chamar a atenção para a necessidade de voltar à raiz, ao que é básico e fundamental. Não pretendo ver aqui uma intencionalidade consciente da parte de Joan Baez, tenho mais a tendência a pensar que o seu espírito intuitivo a levou a gravar aquelas canções naquela altura.__________ Quando o disco saiu em 1974 adivinhava-se já o fim da guerra do Vietname que terminou um ano depois. Esta guerra que causou tanta destruição, que tantas vítimas fez e ainda hoje faz nas pessoas que a viveram, nos seus descendentes e nos que habitam aquele espaço, também afectou a sociedade americana.___________ Em Portugal viviam-se tempos agitados de reacção aos excessos feitos em nome da revolução do 25 de Abril de 1974. -Os mais aguerridos revolucionários daquele tempo migraram entretanto no sentido oposto, basta ver o caso do Presidente da Comissão Europeia entre inúmeros outros.- ___________ Nesse tempo a Grândola Vila Morena se fôsse cantada na rua entre pessoas que nessa altura se diziam de direita, do centro, da social-democracia e até do partido dito socialista recebia reacções de reprovação e até de agressão. Isso mesmo aconteceu comigo!_____________ Esta canção que apela à fraternidade, e em ultima análise à vontade do povo e à democracia, foi proíbida numa rádio ligada à Igreja Católica. Permaneceu assim vários anos, não sei se ainda hoje continua proibida. ___________Em Espanha entre 1975 e 1979 a democracia dava os primeiros passos e as trevas da ditadura e da guerra civil pairavam de novo. A Espanha apesar da repressão não consolidara ainda uma identidade nacional. Novamente se falavam as várias línguas nacionais que o estado totalitário banira das escolas e até impedira de serem faladas pelos seus naturais. A língua castelhana promovida a língua espanhola oficial e única, não espelhava a realidade social em mudança profunda, as clivagens nacionais forçavam o separatismo e ameaçavam poder desagregar o próprio Estado. Então que coisa melhor podia acontecer? Uma cantora americana de grande renome, conectada com ideias progressistas, com ascendência hispânica, cantava em castelhano-espanhol valores tradicionais e universais que se perpetuam até hoje. Melhor ainda, ao mesmo tempo essa cantora, ainda que involuntáriamente, remetia para o tempo em que a unidade espanhola frutificara num Império que reclamava como seu meio mundo incluindo Portugal, Brasil e todos esses territórios onde os portugueses faziam sua pátria. Com a sua arte relembrava a importância de agradecer à Vida a existência e tudo o que possuem os seres humanos por inerência a estarem vivos. Joan Baez apelava á valorização do que não valorizamos por acharmos ser nosso por direito garantido. A importância passava a residir no que é comum em substituiçao do que divide e causa ressentimento. Joan Baez sabia já nessa altura, como Violeta Parra, que agradecer à Vida pode ser também uma forma de consciência da morte e de afirmação do não Ser. A fraternidade e a união promovem a partilha. Isso pode ser uma forma de retorno a casa.terça-feira, 6 de abril de 2010
Hortinha na Varanda ou Ervas de cheiro na varanda
















segunda-feira, 5 de abril de 2010
Joly Braga Santos
Final do 4º Andamento da Sinfonia Nº 4 de Joly Braga Santos.
Orquestra Sinfónica Nacional da Irlanda, sob a Direcção do Maestro Álvaro Cassuto.
Poemas da "Mensagem" de Fernando Pessoa
sexta-feira, 2 de abril de 2010
Páscoa, Pesach, Passagem.
A Páscoa é simbolicamente passar de ano, passar para outro tempo, mudar de vida.
O nome Páscoa nasceu dos nossos antigos antepassados culturais judaicos que comemoravam a fuga da escravatura, a que estavam subjugados no Egipto. Esta Páscoa, Pesach é vertida e readaptada na renovação que o Rabi Jesus assume, ao tornar-se ele próprio o cordeiro de Deus e ao triunfar da morte ressuscitando. Isto segundo a tradição criada pelos seus discípulos. Apesar disto o que hoje celebramos como sendo a ressurreição de Cristo, tem uma raiz mais antiga que é a ressurreição da própria Natureza.
O calendário hebraico é um calendário oriental originariamente Babilónico. É um calendário lunisolar o que significa que alinha o movimento aparente do Sol com as fases da Lua para que coincidam ano solar e ano lunar. Periodicamente de tantos em tantos anos um mês é intercalado para fazer esse acerto.
O nosso calendário actual é o calendário Gregoriano pois devido ao Papa Gregório XIII foi feita uma comissão científica que reformulou o anterior calendário Juliano de raiz também Babilónica.
A vontade de precisão de Júlio César acertar os 365 dias com um ano que ficou chamado como o ano duas vezes sexto, bisexto-366, fez com que o seu nome ficasse associado ao calendário que ajudou a reformular, pelo ano que hoje chamamos 46 antes de Cristo. Séculos depois um tal frade Dionísio, no Século VI, terá considerado a circuncisão de Jesus, 6 dias após o Natal, e o dia seguinte como o primeiro dia do ano. Esta história de Dionísio o Parvo, ou há quem diga Dionísio o Pequeno, terá inspirado Rei francês Carlos IX que em 1564 decidiu adoptar este como primeiro dia do ano em vez do dia 1 de Abril, que até aí era considerado o primeiro dia do ano.
A partir de Gregório XIII e da sua bula de 24 de Fevereiro de 1582 os dias entre o dia 3 de Outubro de 1582 e o dia 14 de Outubro de 1582 foram cortados, esta diferença de 10 dias mantém-se até hoje no calendário dos cristãos ortodoxos. A Páscoa que caminhava para ser comemorada cada vez mais no Verão é assim comemorada nunca antes de 22 de Março nem nunca depois de 25 de Abril e o dia primeiro do ano passa a ser como Carlos IX queria a 1 de Janeiro. Isto só acontece nos países latinos. Na Roménia e nos restantes países europeus e eslavos esta reforma levaria muito tempo a ser adoptada.
Estas reformas de calendário fizeram com que a Páscoa dos Judeus, dos Cristãos Católicos Romanos e dos Cristãos Ortodoxos muito raramente coincida.
Até Gregório XIII, ou melhor dizendo até ao Rei francês Carlos IX, entre 25 de Março e 1de Abril festejava-se o Novo Ano. Depois deles a 1 de Abril passou a comemorar-se o dia dos tolos, ou o dia dos loucos de Abril. Neste caso a festa dos que não comemoravam o dia primeiro do ano no dia 1 de Janeiro, de acordo com a vontade papal e real.
As festas dos loucos que serviam de alívio e catarse a uma sociedade com pouco divertimento, em que a transgressão era severamente punida, foram festas que vieram da mais remota antiguidade e celebravam as estações e a fertilidade. Chegadas ao tempo do Império Romano transformaram-se nas Lupercais, Saturnais, Bacanais e Dionísias, vão sendo mais restritas e constrangidas pelos diversos puritanismos ao longo dos tempos. Chegamos às festas medievais em que os clérigos, frades e freiras participavam nessa alegria irracional e iconoclasta em que a cruz dentro da própria igreja podia ser virada ao contrário como se todos tivessem enlouquecido. De seguida há o Carnaval tal como no nosso tempo. A festa já não é a alegria da ressurreição da Natureza, da ressurreição de Cristo, ou da conquista da liberdade. O nosso tempo preferiu enfatizar o suposto triunfo sobre a Natureza, que de facto é a sua destruição, preferiu comemorar a morte de Cristo, e regozijar-se com a construção de muros, fronteiras e todo o tipo de vigilâncias que restringem a liberdade em nome da segurança.
quinta-feira, 1 de abril de 2010
Dia das Mentiras
Passou desapercebido o “dia das mentiras”. Hoje na nossa cultura triunfante e triunfal
Já não há lugar para a mentira. A mentira foi eliminada. Hoje apenas existe a inverdade, a falta de rigor, e outras excêntricas sinestesias em que o que nos sugerem é o paladar da mosca. Quero eu dizer: para a mosca, tão saboroso é o favo de mel como o monte de esterco.
Hoje a mentira não me cheirou nada bem e como de costume os noticiários e as notícias deixaram-me um gosto na boca que nada tem a ver com mel.
Contudo hoje revelaram-me uma nova perspectiva de encarar esta realidade. Dizia um sujeito a outro que julgava tê-lo enganado: “-Não penses que eu sou otário, porque não sou! O que eu sou é um gajo bacano!”
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