segunda-feira, 27 de abril de 2020

A Alegria das Aves - 37 CHANTS D'OISEAUX



1 PINSON DES ARBRES Fringilla coelebs 2 ROUGEGORGE FAMILIER Erithacus rubecula 3 MERLE NOIR Turdus merula 4 ÉTOURNEAU SANSONNET Sturnus vulgaris 5 MÉSANGE CHARBONNIÈRE Parus major 6 TROGLODYTE MIGNON Troglodytes troglodytes 7 MOINEAU DOMESTIQUE Passer domesticus 8 ROSSIGNOL PHILOMÈLE Luscinia megarhynchos 9 GORGEBLEUE À MIROIR Luscinia svecica 10 LORIOT D'EUROPE Oriolus oriolus 11 JASEUR BORÉAL Bombycilla garrulus 12 MARTIN-PÊCHEUR Alcedo atthis 13 CHARDONNERET ÉLEGANT Carduelis carduelis 14 MÉSANGE BLEUE Cyanistes caeruleus 15 ROITELET HUPPÉ Regulus regulus 16 GRIVE MUSICIENNE Turdus philomelos 17 PANURE À MOUSTACHES Panurus biarmicus 18 ORITE À LONGUE QUEUE Aegithalos caudatus 19 ROUGEQUEUE à FRONT BLANC Phoenicurus phoenicurus 20 MESANGE NONNETTE Poecile palustris 21 HYPOLAÏS ICTÉRINE Hippolais icterina 22 ROITELET À TRIPLE BANDEAU Regulus ignicapilla 23 BOUVREUIL PIVOINES Pyrrhula pyrrhula 24 VERDIER D’EUROPE Chloris chloris 25 PIE BAVARDE Pica pica 26 SITTELLE TORCHEPOT Sitta europaea 27 GRIMPEREAU DES JARDINS Certhia brachydactyla 28 PIC VERT Picus viridis 29 MÉSANGE HUPPÉE Lophophanes cristatus 30 TARIN DES AULNES Spinus spinus 31 ACCENTEUR MOUCHET Prunella modularis 32 BEC-CROISÉ DES SAPINS Loxia curvirostra 33 LINOTTE MÉLODIEUSE Linaria cannabina 34 PINSON DU NORD Fringilla montifringilla 35 POUILLOT VÉLOCE Phylloscopus collybita 36 POUILLOT FITIS Phylloscopus trochilus 37 GEAI DES CHÊNES Garrulus glandarius





quarta-feira, 22 de abril de 2020

Neste tempo de afastamento social e clausura, recupero uma caixa que montei em 2012 e que foi exibida numa exposição em 2014. "A caixa da memória".



O odor, através do olfacto de quem cheira, pode ser uma forma de viajar no tempo. Num instante o espaço transforma-se e mesmo o tempo mais remoto torna-se presente e permanece. Viajamos pois nessa dimensão chamada memória que Marcel Proust bem caracterizou.
Nos testes de avaliação de doença mental degenerativa ou demência é por vezes usada uma caixa de aromas. Eis a minha "caixa de memória".



terça-feira, 21 de abril de 2020

Rambóia e rambômania têm alguma coisa a haver de Rimbaud?























Tive um colega chamado Rambóia e lembro-me bem dele. 
O trabalho levou-lhe um olho e deu-lhe calos tão espêssos que agarrava brasas vivas sem se queimar; cortava as unhas grossas com a navalha alentejana; vestia camisolas com riscas à marinheiro; tinha voz rouca e entretinha-se a cavar uma horta que alimentava a família e os mais necessitados do seu bairro.
O Rambóia a que alguns chamavam Ti Rambóia era alegre e folgazão.


Rambóia - Pândega, paródia, folguedo, divertimento, farra, folia, galhofa, boémia, vadiagem, borga,vida airada, estroinice, laréu, boa-vai-ela. 



sábado, 18 de abril de 2020

Na Idade Média os leprosos eram obrigados a usar chocalhos, relas, cega-regas e zaclitraques.

 Hoje a Idade não é Média. Parece que é inferior e os bárbaros com tecnologia usam a resposta rápida dos códigos QR (Quick Response) nas aplicações dos telemóveis para identificar e segregar. 
É como se continuássemos ainda na plataforma de Auschwitz, as locomotivas chegam com suas carruagens de transporte de gado e as pessoas que delas saem, sobreviventes da viagem, são separadas pelos médicos e seus auxiliares: Para um lado os considerados fracos que vão ser mortos imediatamente por gaseamento; para outro os que vão trabalhar até à exaustão.


quinta-feira, 16 de abril de 2020

Por vezes lembro-me de Geofrey Burgon.

Luis Sepúlveda em entrevista | RTP 3

Frédéric Bruly-Bouabré - como um pássaro.

https://www.fondationcartier.com/en/exhibitions/comme-un-oiseau

Em Paris no distante ano de 1996 vi uma exposição marcante que deu asas ao meu imaginário. 
Todo o espaço arquitectónico da Fundação Cartier desenhada pelo arquitecto Jean Nouvel se prestava a essa leitura de Jardim do Paraíso. 
A sensação maravilhosa de deslumbramento perante as abordagens diferentes de tantos artistas, face à capacidade de voar que desde o início dos tempos terá fascinado a humanidade, ficou-me na memória até hoje.

Artistas e contribuidores da exposição:



  • Vito Acconci, 
  • Gilles Aillaud, 
  • Jean-Jacques Audubon, 
  • John Baldessari, 
  • Jacques Barraband, 
  • Robert Barry, 
  • Georg Baselitz, 
  • Jean-Michel Basquiat, 
  • Lothar Baumgarten, 
  • Pierre Belon, 
  • Louise Bourgeois, 
  • Constantin Brancusi, 
  • Jan Bruegel, 
  • Frédéric Bruly Bouabré, 
  • Georges Leclerc de Buffon, 
  • Balthasar Burkhard, 
  • Alexander Calder, 
  • Henri Cartier-Bresson, 
  • César, 
  • Chaval, 
  • Francesco Clemente, 
  • Matt Collishaw, 
  • Joseph Cornell, 
  • Merce Cunningham, 
  • Edward Sheriff Curtis, 
  • Jean-François Dejonghe, 
  • Alexandre-François Desportes, 
  • Walt Disney, 
  • Max Ernst, 
  • Robert Frank, 
  • Felix Gonzalez-Torres, 
  • Nancy Graves, 
  • Raymond Hains, 
  • David Hammons, 
  • Carsten Höller, 
  • Rebecca Horn, 
  • Fabrice Hyber, 
  • Johanasie Illauq, 
  • Jan Van Kessel, 
  • Paul Klee, 
  • Louise Lawler, 
  • Claude Lévi-Strauss, 
  • René Magritte, 
  • Étienne-Jules Marey, 
  • Annette Messager, 
  • Joan Miró, 
  • Ernst Norlind, 
  • Gabriel Orozco, 
  • Panamarenko, 
  • Francis Picabia, 
  • Jean-Pierre Raynaud, 
  • Martial Raysse, 
  • Nicolas Robert, 
  • Auguste Rodin, 
  • Graham Sutherland, 
  • Jean Tinguely, 
  • Édouard Traviès, 
  • Joseph M. W. Turner, 
  • Nicolas Vleughels, 
  • Johann Walther, 
  • William Wegman, 
  • Christopher Williams, 
  • Ossip Zadkine, 
  • Aloys Zötl
  • Um artista em particular me impressionou na altura. O para mim desconhecido Frédéric Bruly-Bouabré. É dele o desenho no postal que na altura comprei.









quarta-feira, 15 de abril de 2020

Cão da Craveiro

Lembro-me de pessoas que não vejo há muitos anos mas que comigo andam na memória e nos pensamentos. Caminho com elas pela rua como se se tratásse de um grupo de amigos a caminho de uma festa. 
Por vezes chego a escrever nos envelopes o seu endereço e a preparar qualquer coisa para ir no correio.
Depois por uma razão ou por outra os envelopes não chegam ao destinatário. Já me aconteceu também dar por perdido algum correio que esperava. Foi por isso que deixei de encomendar livros.
Mas isto tudo para dizer que me lembro da Craveiro e dos cães. A Celeste passeia cães que não têm quem os passeie. Porque são idosos, cegos, surdos... E hoje fiz um cão a pensar nela.


segunda-feira, 13 de abril de 2020

COVID 19


Na televisão o homem que lê as notícias disse
Que na Avenida da Liberdade o dióxido de Ozoto
Tem os valores mais baixos deste século;
E outra coisa qualquer sobre monóxido de carbono.
O comentário relacionava-se com a qualidade ambiental,
E o Ozoto, com certeza, algum gás raro da família do Ozono.

Com nítida clareza o volume de som espalhou-se pela rua deserta
Mandando a população ficar em casa porque desobediência é crime
O aviso tinha a seriedade da luz azul do carro de polícia
Sem a exuberância de cone alto-falante ou megafone de feira.
No ecrã gigante do futebol, na cervejaria vaga que vende pão,
Seis vultos verdes manobram tubos e um corpo embrulhado que rolam.

Desenhos feitos por crianças repetem o arco-íris,
Brilham como os aguaceiros solarengos das chuvas mil do mês
Na televisão uma frase repetitiva diz que tudo vai ficar bem
E ao lado as curvas animadas dos monitores dos Cuidados Intensivos
São trocadas pelas arestas crescentes da serrania de infectados mortos.
Os espectros verde esmeralda e azul turquesa afagam outro embrulho.



terça-feira, 7 de abril de 2020

Giánnis Ritsos



Giánnis Ritsos foi um incansável e destemido lutador. Venceu a tuberculose; resistiu ao fascismo e aos invasores armados; batalhou contra a tirania; sobreviveu à guerra civil; ao universo do campo de concentração e do cárcere político; e viu ainda o fim da ditadura.

Dele deixo aqui um poema esperançoso, de uma ironia fina e alegre.

Catarse 

O pássaro poisou na rocha. Olhou à volta
com os seus olhos verdes, rutilantes.
"Tuín, tuín, tuín", disse. E sabia o que dizia.
O caçador sorriu, era ao pôr do sol.
As duas nódoas na camisa não eram de sangue.


Prefácio magnífico de Custódio Magueijo que fez a selecção e a tradução.





sexta-feira, 3 de abril de 2020

"Muralhas Honoríficas" as estantes com livros.

Agora que a moda e a necessidade obrigam os politólogos, os comentadores de tudo, os adivinhos económicos, os palpitadores da desgraça, os vendedores de banha da cobra... enfim as personalidades que aparecerem na televisão a falar por tele-imagem a partir de casa frente às suas "muralhas honoríficas". Eis-me com ar terrível olhando para a estantaria após mais um comunicado da moderna DGS sobre o COVID19 e as máscaras que antes não eram boas e agora parece que já são.
Por cima "assemblages" que integram o "Figurado de Barcelos":
 A primeira o "Senhor é o meu pastor...", a outra "Muralha Honorífica", a terceira "Voto a Santo António".
Por baixo uma esculturinha da Costa do Marfim representando um cavaleiro europeu.