domingo, 28 de fevereiro de 2010
Antes dos terramotos ou de outras situações de emergência e aflição.
Antes dos terramotos os animais querem sair de seus locais de constrangimento para o ar livre. Nós que também somos animais temos intuições semelhantes: colocar o calçado bem perto da cama, ou mover alguma coisa que esteja no caminho da saída; pensar se não será complicado tirar tantas trancas da porta da rua em caso de saída apressada, ou reparar num objecto que causa estorvo… são intuições que não devemos menosprezar._____________________________
A porta de saída de todos os dias pode comportar-se de maneira diferente durante a vibração de um terramoto. Os meus pais viveram essa situação.
A porta da rua simplesmente não abria porque deformação da estrutura prendia a porta como quando há um empeno. É boa ideia haver uma pega que puxe logo trinco.
Nas nossas casas devíamos identificar onde estão os pilares e as vigas que sustentam o tecto. Por vezes estão propositadamente salientes ou indisfarçavelmente salientes porque a sua espessura é superior à das paredes.
As ombreiras das portas e das janelas que dão para as fachadas só serão seguras se forem acompanhadas destes pilares.
Junto dos pilares e dos móveis robustos é que se formam nichos de sobrevivência em caso de colapso do edifício._________________________________
Fora de casa ao entrar em qualquer local estranho é importante não perder a orientação do caminho de fuga, verificar onde existem saídas e se há sinalização de emergência._____________________________
No fundo de um dos bolsos do vestuário, ou da bolsa que se carrega é bom ter um kit de sobrevivência que não ocupará mais que um maço de cigarros. Nele poderão ter várias coisas incluindo um canivete multiuso, um isqueiro, um espelho (que pode ser feito a partir do reaproveitamento de um CD danificado, o orifício central serve de mira para sinalização usando o reflexo do espelho), agulhas etc.
Nas chaves de casa por exemplo é possível ter uma lanterna que não necessite de pilhas, uma bússola, um apito (quando não é possível gritar ainda se consegue soprar), uma “pen” suporte cibernético que pode carregar cópia digitalizada de todos os documentos importantes de que possamos necessitar._______________________________
É importante ter uma telefonia, um receptor de postos de rádio. Quando todas as comunicações falham, as estações de rádio, os rádios dos bombeiros,os da polícia e os dos militares ainda funcionam e é possível e provável que usem frequências que estão acessíveis a um pequeno rádio de transistores.
Há radios que têm outras funcões como seja a de lanterna, ou a de luz intermitente de sinalização. E alguns não necessitam de pilha porque têm um pequeno dínamo que produz a energia ou têm mesmo uma pequena célula para captação de energia Solar. O da fotografia tem as duas soluções.
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
Querem aumentar a idade da reforma? O sistema está falido? Quem lança fumo é porque....
Esta contaram-me e conto-a como me contaram:
Aos 50 anos de idade e com 20 anos de descontos como Deputado, Marques Mendes acaba de requerer a Pensão a que tem direito, no valor mensal vitalício de 2.905 euros mensais. Contudo, um trabalhador normal tem de trabalhar até aos 65 anos e ter uma carreira contributiva completa durante 40 anos para obter uma reforma de 80% da remuneração média da sua carreira contributiva. .............................................................................................
Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas...'
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
A Eduarda da Madeira.
A primeira vez que ouvi a palavra Madeira foi para nomear a naturalidade da Eduarda. -É da Madeira!-............................A Eduarda tivera de ser transportada da Madeira e viera de Avião, uma compaixão dos militares, devido ao seu estado com as pernas e a coluna fracturadas. Fora um acidente de carro. Um carro de trabalho puxado por bois a que o chão tinha faltado. Como obra do Demónio o chão abrira-se e o carro voltara-se para o precipicio caindo de grande altura com a Eduarda.
Nunca vi a Eduarda que não fôsse a sorrir. Mesmo quando gritava de dor, se eu a olhava, ela sorria e de novo dizia em voz alta -aiiii... que me dá vontade de cantar!-
A Madeira soava a nome de paraíso longínquo -uma ilha florida na imensidão do mar- tinha frutos chamados maracujá, e coisas que só havia nas Áfricas como as bananas.
Na Madeira todas as mulheres faziam bordados como a Eduarda fazia. Hirta numa concha de gêsso quase não movendo a cabeça mas com as mãos sempre a trabalhar ía desenhando com as suas linhas de cor animais e casinhas, florinhas e corações e escrevendo nomes que os meus três anos não sabiam ler. Na Madeira as pessoas sabiam fazer cadeiras de vime que podiam aguentar com duas pessoas, e cêstos para ir ás compras, e podiam fazer tudo de vime se quizessem. De vime que aqui só serve para atar os molhos de grêlos.
A Madeira era linda numa fotografia vista do mar,parecia um Presépio.
Nos paraísos e nos presépios não existem hospitais, por isso a Eduarda tivera de vir ali para o hospital onde não me deixavam visitar a minha mãe.
As pessoas na Madeira são jovens e fortes como a Eduarda e a minha Mãe que me levantava do chão para o colo. Se por infelicidade estão no hospital lá não é o seu lugar.
A Eduarda tapava a cara às vezes. Era quando estava triste por não poder ver a família que não deixaram vir no avião, mas depois via-me e sorria. Dizia-me: -olá meu menino vê lá o que está ali para ti! - No guardanapinho bordado havia sempre um pequeno rebuçado colorido. Naquele tempo os rebuçados eram tão raros que quando apareciam eram uma alegria. ............................
Obrigado Eduarda.
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
domingo, 14 de fevereiro de 2010
Entrudo Carnaval.
Algés é um sítio bonito.
Algés é em árabe o giz. É um sítio bonito de restaurantes e cafés espaçosos, casas antigas, jardins amplos na beira-rio. Da antiga estância balnear do início do século XX existem ainda traços arquitectónicos que se tornam mais óbvios a caminho do Dafundo.
No segundo Sábado de cada mês realiza-se uma feira de artesanato onde se encontram produtos de origem rural: bolinhos, compotas, e licores; pão, vinho , queijos e enchidos; cêstos e alcôfas; brinquedos, jogos e instrumentos musicais de madeira; pequenas peças de trapos coloridos e de outros materiais modernos reciclados desde tapetes a carteiras para documentos etc.
Em Algés, se nos aquece o Sol pela manhã, no Inverno frio e chuvoso, é o próprio Verão que podemos adivinhar. As brincadeiras das crianças são prova disso.
E até a escultura da senhora com o casaco pelo braço parece fazer sentido.
Após adiamentos sucessivos fui a Algés ver a exposição do Bartolomeu.
O local da exposiçao.
As gravuras são espantosas.
Mas há outras facetas do incansável experimentador que foi Bartolomeu. Partindo sempre do desenho e da gravura a sua criatividade rompeu a limitação formal de cada técnica.
As sereias libertam-se das duas dimensões da folha de papel e mergulham de novo, talvez na tentativa de salvar dos botes submersos os marujos naufragos.
Tenho vontade de voltar de novo. Há um extraordinário documentário de Jorge Silva Melo feito para a RTP, mas que infelizmente não estava disponível para venda no local, ainda que lá se proceda à sua exibição como parte integrante da exposição.
Também o catálogo não está ainda disponível e é pena. No andar superior artistas jovens, alunos de Bartolomeu, apresentam trabalho em continuação de Bartolomeu. Há várias propostas desde fotografias da presença de Barto, dos locais por onde passou, ou onde viveu, até à intervenção em chapas de cobre com as palavras ditas por ele. Neste caso a chapa de cobre assume a dupla qualidade de matriz e suporte. É o suporte para as palavras de Bartolomeu, à semelhança do que ele fez com as palavras de outros poetas. Mas continua sendo matriz quando dela recebemos as palavras que em nós se imprimem.
sábado, 13 de fevereiro de 2010
O rei vai nu
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
Pensamento Xuxialista: Terramotos, Sismos...Pode ser que morram os da Oposição!
Atrás das costas, o Inominado----------------------
alguém me lave as costas---------------------------
que não quero ver o sujado.------------------------
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A propósito de uma reportagem na TV. Fiquei a saber que no ano passado tentando acabar com a falta de fiscalização e controlo que existe na verificação da boa prática na construção de edifícios, de forma a que eles posam resistir a terramotos, o Partido Comunista apresentou na Assembleia da Republica uma proposta de Lei. Essa proposta de Lei visava acabar com a avidez e a falta de cultura que a troco de lucro fácil, indigno e sem escrúpulos, enriquece os prevaricadores da construção sem segurança que se vem detectando e para a qual reina a impunidade.
Aconteceu o inacreditável.
O Partido Socialista com maioria absoluta vetou tal proposta de Lei. Refugiando-se na presunção de que há leis para a construção anti-sismica e que há fiscalização. Sabe-se que ninguém fiscaliza e que os responsáveis pelo licenciamento, as autarquias, nem sequer têm meios para fiscalizar. Por isso a recusa da aprovação desta Lei visa proteger quem? Ou melhor, visa desproteger quem? Para lucro de quem?
A premência da apresentação desta proposta de Lei pelos comunistas foi reconhecida numa atitude paralela tomada pelos deputados quando descobriram que na sua Assembleia, corriam o risco de morrer soterrados em caso de sismo e logo decidiram mandar fazer obras, para reforçar a estrutura do edifício aproveitando para responder a outras necessidades como ar condicionado, terminais informáticos etc. etc.
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Nessa altura ainda não tinha acontecido o terramoto do Haiti. Agora que aconteceu e o Partido Socialista não tem maioria absoluta porque esperam os deputados comunistas? E os outros que se dizem preocupados?
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
Ontem Domingo vi a primeira Andorinha.
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
Livros recebidos no aniversário
Para o Fernando Pessoa ele era o Presidente-Rei, para as camadas populares da minha meninice ele era um santo que se compadecera e fizera a sopa-dos-pobres onde os desvalidos podiam comer uma refeição quente por dia. Para mim que sempre o tinha julgado um militar só de há 12 anos para cá é que sei que ele era um Doutor de Coimbra (moro na Rua Dr. Sidónio Pais). Dr. em Economia da mesma escola de outro ditador posterior bem mais sinistro e de muito má memória. Mas o que desconheço até hoje completamente é o perfil de José Júlio da Costa, heroi para uns e assassino para outros. Espero colmatar a lacuna.
É um livro que vinha namorando há três anos. O Professor Moisés foi dos que contribuiram para o gosto do conhecimento das nossas raízes. E aqui fala de Fátima um local sagrado para os católicos apostólicos romanos, após os fenómenos que lá aconteceram em 1917, mas que antes já o tinha sido para os islamitas. Afinal Fátima é o nome da irmã do profeta Maomé.
São investigadoras portuguesas e o livro vem preencher uma lacuna no conhecimento do nosso património. Em paralelo com a História diz de onde viemos e talvez porque somos da maneira que somos. O livro vem esgotando edições.
Joseph Conrad nasceu em 1857 na Ucrânia escapou da mobilização por não querer combater pelo Czar da Rússia. Vai para Marselha e aos 17 anos faz-se marinheiro da Marinha Mercante. Mais tarde, reforma-se antecipadamente e instala-se em Inglaterra, onde se torna cidadão britânico. Mais do que tudo passa a ser escritor a tempo inteiro. Morre em 1924 vítima de ataque cardíaco. Leio tudo o que posso dele: Este ainda me é desconhecido.
Li crónicas da autora. Ouço os comentários nas Televisões. Vai ser uma estreia.
Este é do ano passado. Quem se interesse por história dos descobrimentos, sociologia, economia de certo conhece este Jubilado e júbilável, emérito professor.
Nunca li este primevo livro sobre Fado. Conheço a História do Fado do Tinop. Espero poder ler o do Rui Vieira Nery, que também não conheço mas já desfolhei e parece-me precioso.
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