sexta-feira, 1 de dezembro de 2023

"A Tia"

 Saco de papel distribuído a quem aguardava para ser inoculado nas vacinações maciças contra a doença covid-19 que ocorreram em Lisboa a partir 1 de dezembro de 2021, no centro municipal de vacinação, no Pavilhão 4 da FIL, no Parque das Nações. O saco dizia "Lisboa protege" trazia uma maçã dentro de embrulho plástico uma garrafa de água mineral de 20cl e se bem me lembro uma pequena embalagem com bolachas de água e sal. Inicialmente fui grafitando o saco por ser o único papel disponível depois acrescentei mais tinta, riscos e cores. Hoje o saco serviu de lixa para aguçar o bico de um lápis castanho que tinha afiado à faca. Ao boneco chamei "A Tia".



terça-feira, 28 de novembro de 2023

PFAS (Per-and Polyfluorinated Substances. Polyfluoralkyl Substances).

 














PFAS (Per-and Polyfluorinated Substances. Polyfluoralkyl Substances)
Descobri ontem o PFAS ainda que o PFAS me tenha descoberto há muito.
PFAS é um o acrónimo que designa um conjunto de substâncias altamente tóxicas que nos rodeiam em objectos e equipamentos contemporâneos.
Diminuem o nosso sistema imunitário, causam cancro na tiroide, nos rins, nos testículos, nos ovários, no pâncreas. Estão ligados à leucemia infantil, à infertilidade, à puberdade precoce, à obesidade, aos níveis elevados de colesterol e ainda só agora se começa a entender os seus malefícios.
Contaminam todos os seres incluindo os seres humanos e a sua difusão atingiu já as zonas mais remotas.
Existem nas frigideiras antiaderentes, nos têxteis impermeáveis ou resistentes a nódoas de gordura, nos isolantes térmicos. Existem nos maravilhosos produtos resistentes ao calor e à chama desde a roupa de combate a incêndio até à própria espuma de combate a incêndio. Existem nos papeis das formas de levar bolos ao forno, nos copos de papel de beber café, nos aparelhos eléctricos, nos medicamentos…
São substâncias que não são biodegradáveis, acumulam-se no organismo e passam de mãe para filho seja na placenta humana ou na albumina do ovo da galinha.









quinta-feira, 9 de novembro de 2023

Censura - A mordaça, O "lápis azul" da desadequação técnica, a segregação através da credenciação cibernética, a discriminação digital.

Não sei se quero continuar por aqui. 

Não é importante o que digo.

Mesmo assim sou alvo de Censura.

Há uma mordaça, um "lápis azul" que me congela as publicações.

Por vezes há impedimento por desadequação técnica.

Outras vezes parece haver segregação através da credenciação cibernética. 

Logo à partida há uma discriminação digital.  

quarta-feira, 1 de novembro de 2023

Pão-por-Deus

 

















A tradição do Santoro, do Pão das Almas é muito antiga no território que hoje é Portugal. Enquadra-se no chamado Samhain onde está incluído este Halloween. No séc. V já a diocese de Braga fez um edital de proibição de partilhar alimento com os mortos deixando ou tomando refeição nos sepulcros . A tradição do dia de mortos tal como é feita no México talvez seja o que presentemente se assemelha mais ao que seriam os dias desta época em que se encerrava o Verão e se iniciava o Inverno. Nas culturas em que há vinho, faziam-se provas e trocas de recipientes com vinho entre a comunidade. O nosso S. Martinho vem daí. Curiosamente se atentarmos ao som, S. Martinho fonéticamente lembra Samhain. Em tempos o pão chamado Santoro que era dado pelos padrinhos às crianças tinha em Trás-os-Montes a forma de um osso lembrando uma tíbia. Estamos num período em que desde a antiguidade se praticou uma celebração dos que nos fazem falta, os que falecem; em que era praticada a solidariedade e comunhão em tempo agreste de possível escassez de alimento e abrigo.



guerra


 

sábado, 14 de outubro de 2023

A minha Mãe Maria Fernanda Duarte Gomes aos 23 anos.


 

Faz hoje um mês que a minha Mãe, Maria Fernanda Duarte Gomes Faleceu. A casa onde nasceu na aldeia de Grijó, Freguesia de Cabril, Concelho de Castro Daire, Distrito de Viseu.


A montagem de fotografias mostra a casa já em ruína. No primeiro andar logo à entrada da porta havia um forno de pedra, como mostra a fotografia do lado direito.



É uma terra de xisto na Serra de Montemuro. Com essas lousas tudo se construía: As paredes das casas e os seus telhados. Pavimentavam-se os caminhos com as pedras em cutelo para que o piso fosse antiderrapante na subida dos declives acentuados. Com essas rochas que foram leito de um mar anterior à humanidade nos antípodas da Europa há 465 milhões de anos, quando os continentes não eram o que hoje são tudo se fazia: desde as pequenas ardósias onde se aprendia a escrever até ao enorme quadro negro que da escola primária à faculdade podia albergar as primeiras letras ou as equações matemáticas mais complexas.



É uma terra de montanha na Serra de Montemuro. A norte corre o Rio Douro a sul O Rio Paiva, A Paiva. Nesta Serra onde as neves perduram para além das que cobrem as montanhas mais altas. 

A vida era árdua e austera, no tempo em que a minha mãe nasceu havia uma corrente de emigração para o Brasil onde qualquer trabalho possibilitava uma vida acima do limite da subsistência e da pobreza. 

Depois veio o Volfrâmio. O volfrâmio-W, a que hoje chamamos tungsténio, foi usado durante a Segunda Guerra Mundial para fazer superligas de aço utilizadas para fins militares entre os quais os projécteis capazes de perfurar as blindagens dos carros de combate. Portugal era nessa altura o maior produtor mundial. Toda a Serra foi esburacada na procura dessas pedras pesadas. Depois após breve desafogo a vida voltou a ser difícil como antes, nessa altura pelos 14 anos nesse êxodo rural em que se partia para o Brasil, para o Porto ou para a capital, a minha Mãe vem para Lisboa.


terça-feira, 29 de agosto de 2023

Água numa terra árida.

 





























Água numa terra árida.
"Traziam a água de longas distâncias. As fontes perto da aldeia tinham secado. A água dos poços mais profundos era a que restava após anos de pouca chuva. Caminhavam até à fila onde esperavam pacientemente a vez de encherem suas vasilhas. Todo o tipo de recipiente era aproveitado: Bilhas, potes de barro, cabaças, garrafões de plástico de toda a espécie, latas... Os que tinham bestas carregavam-nas com os enormes pneumáticos das rodas de camião como se fossem odres."