Talvez a mais bela música de Vitorino.
quarta-feira, 29 de junho de 2011
domingo, 26 de junho de 2011
sexta-feira, 24 de junho de 2011
SHARDE THOMAS - Uma espécie de São João. A liberdade de tamborilar e tocar pífaro.
Como se poderá traduzir Rising Star Five? Talvez Os Cinco da Estrela da Manhã; ou Cinco da Estrela-d’alva.
Aqui os cinco não se referem ao número de músicos do conjunto, mas sim ao número de orifícios do pífaro.
Ao ouvir o som fresco desta flauta de som agudo é sugestivo fazer a sua identificação com a alvorada e o despertar do novo dia.
Em Portugal este som conjunto de flauta e tambor era ainda há poucas dezenas de anos um som familiar no toque de alvorada em festas e romarias. O som podia mesmo ser produzido por um único executante, o tamborileiro, que segurando uma flauta numa das mãos, tocava com a outra um pequeno tambor que trazia suspenso.
Esta associação de flauta e tambor inicialmente fazendo parte da música erudita da corte, tal como mostram as ilustrações nas cantigas de Santa Maria do séc. XIII, difunde-se entre outros extractos da população tal como mostra um retábulo representando a Adoração dos Pastores pintura do séc. XVII-XVIII, da igreja de Santa Maria de Alcáçova, em Elvas onde curiosamente o tamborileiro é um jovem africano, em trajes palacianos. Entre nós, desde o séc. XVI que na infantaria abundam os pífaros e os tambores.
A passagem desta parelha instrumental da música erudita de palácio para a música militar de batalha e a sua divulgação entre os tocadores populares levou pelo menos 600 anos até à sua presente escassez.
Durante as épocas coloniais em que a força de trabalho era suportada pela mão-de-obra africana forçada à escravatura, a utilização de percussão nas festas dessas comunidades de escravos, foi proibida. A pena de morte chegou a ser imposta como punição d a sua utilização.
No caso português, esta familiarização desde tempos remotos, com instrumentos de percussão entre diversas camadas sociais, talvez tenha permitido a sua utilização livre pelas comunidades africanas nomeadamente nas festas do S. João.
Por isso temos a exuberância das percussões brasileiras e sul americanas em diametral oposição à sua escassez na América do Norte.
A existência em comunidades isoladas de tocadores de flauta e tambor nos Estados Unidos são por isso uma raridade e talvez se devam a tocadores que ganharam o direito de soar tais instrumentos devido à sua participação relevante em cenários de guerra. Nomeadamente na Guerra de independência dos Estados Unidos e depois na Guerra de Secessão.
Aqui podemos ver Sharde Thomas a neta de um grande músico popular chamado Otha Turner
que continua a tradição deste tipo de música tão raro.
Aqui os cinco não se referem ao número de músicos do conjunto, mas sim ao número de orifícios do pífaro.
Ao ouvir o som fresco desta flauta de som agudo é sugestivo fazer a sua identificação com a alvorada e o despertar do novo dia.
Em Portugal este som conjunto de flauta e tambor era ainda há poucas dezenas de anos um som familiar no toque de alvorada em festas e romarias. O som podia mesmo ser produzido por um único executante, o tamborileiro, que segurando uma flauta numa das mãos, tocava com a outra um pequeno tambor que trazia suspenso.
Esta associação de flauta e tambor inicialmente fazendo parte da música erudita da corte, tal como mostram as ilustrações nas cantigas de Santa Maria do séc. XIII, difunde-se entre outros extractos da população tal como mostra um retábulo representando a Adoração dos Pastores pintura do séc. XVII-XVIII, da igreja de Santa Maria de Alcáçova, em Elvas onde curiosamente o tamborileiro é um jovem africano, em trajes palacianos. Entre nós, desde o séc. XVI que na infantaria abundam os pífaros e os tambores.
A passagem desta parelha instrumental da música erudita de palácio para a música militar de batalha e a sua divulgação entre os tocadores populares levou pelo menos 600 anos até à sua presente escassez.
Durante as épocas coloniais em que a força de trabalho era suportada pela mão-de-obra africana forçada à escravatura, a utilização de percussão nas festas dessas comunidades de escravos, foi proibida. A pena de morte chegou a ser imposta como punição d a sua utilização.
No caso português, esta familiarização desde tempos remotos, com instrumentos de percussão entre diversas camadas sociais, talvez tenha permitido a sua utilização livre pelas comunidades africanas nomeadamente nas festas do S. João.
Por isso temos a exuberância das percussões brasileiras e sul americanas em diametral oposição à sua escassez na América do Norte.
A existência em comunidades isoladas de tocadores de flauta e tambor nos Estados Unidos são por isso uma raridade e talvez se devam a tocadores que ganharam o direito de soar tais instrumentos devido à sua participação relevante em cenários de guerra. Nomeadamente na Guerra de independência dos Estados Unidos e depois na Guerra de Secessão.
Aqui podemos ver Sharde Thomas a neta de um grande músico popular chamado Otha Turner
que continua a tradição deste tipo de música tão raro.
domingo, 19 de junho de 2011
sexta-feira, 17 de junho de 2011
quinta-feira, 16 de junho de 2011
quarta-feira, 15 de junho de 2011
First they came for the Greeks, then they came for the Irish, later they took Icelanders, some day they'll come for you and me.
Primeiro vieram para os Gregos, depois vieram para os Irlandeses, a seguir vieram para os Islandeses, um dia virão para ti e para mim.
Já chegaram, arrombaram a porta vêm para aqui...
terça-feira, 14 de junho de 2011
Abelaira dizia que o homem é o único animal capaz de distinguir a água benta da água para beber. Mas quantas águas bentas existem? Saberemos distinguir umas das outras realmente? Seremos nós capazes de protegermos a água dos que a desperdiçam, dos que a roubam ás gerações vindouras. Como é possível fazer furos e regar Campos de Golf com água mineral. Como é possível continuar a plantar intensivamente florestas de uma só espécie nomeadamente eucaliptos.
Dia 22 de Março é o dia da Água, mas todos os dias são dia da Água sobretudo se ela for escassa.
Tenho sede!
Tenho sede!
segunda-feira, 13 de junho de 2011
Fernando António tinha uma bola
Fernando António tinha uma bola
E na bola havia um cão
Enquanto Fernando atirava a bola
A orquestra tocava no salão
A mãe de Fernando não ouvia
A violência da bola
Contra o muro e contra o chão
Viúva coitada andava desolada
Com a sua solidão
Com pasmo a mão de Fernando
Agarrava a bola com precisão
Abria e fechava, fechava e abria
Conforme evoluía a dança de salão
Mas a chuva ritmada
Que caía de viés
Tornava a bola escorregadia
Como a escuma no convés
E o jóquei a galope que na bola corria
Caiu no chão, a galope como o cão
Ficou a bola onde ninguém a via
Como a dor de Fernando
E a dança; no salão.
E na bola havia um cão
Enquanto Fernando atirava a bola
A orquestra tocava no salão
A mãe de Fernando não ouvia
A violência da bola
Contra o muro e contra o chão
Viúva coitada andava desolada
Com a sua solidão
Com pasmo a mão de Fernando
Agarrava a bola com precisão
Abria e fechava, fechava e abria
Conforme evoluía a dança de salão
Mas a chuva ritmada
Que caía de viés
Tornava a bola escorregadia
Como a escuma no convés
E o jóquei a galope que na bola corria
Caiu no chão, a galope como o cão
Ficou a bola onde ninguém a via
Como a dor de Fernando
E a dança; no salão.
domingo, 12 de junho de 2011
Santo António - Santos da casa fazem milagres mas os hóspedes que nela moram não lhes dão valor.
Santo António eu te sou devedor, ajuda-nos Meu Santo a sobreviver a tormentosa viagem em que nos vemos aflitos em grandes perigos e leva-nos a bom porto onde possamos dar o pão a nossa família.
quarta-feira, 8 de junho de 2011
O Mancas
-Estás a trabalhar à chuva porquê? O meu pai a mim não me fez com uma horta nas costas.
Acabei o que estava a fazer e disse para o poltrão ao qual tinha poupado a molha: - Anda daí, está feito. Guarda as tuas costas até chegares ao carro. Isto é, se lá conseguires chegar sem te afogares nem perderes a cor.
Aquela da horta nas costas fez-me lembrar do Mancas.
O pessoal vindo da Beira não trazia uma horta nas costas mas trazia uma horta no olhar, até onde ía a linha do horizonte. No peito guardavam a broa para alimentar a prole, nas épocas de maior escassez era isso que lhes permitia longas horas de trabalho para além do horário normal e do cansaço suportável.
O Mancas era irmão do meu Avô paterno. Todos os irmãos do meu Avô eram muito parecidos entre si, mas o Mancas era particularmente semelhante ao meu Avô, ao ponto de eu confundir um com o outro.
O Mancas tinha uma horta no topo do parque Eduardo VII. Agora está lá um jardim, que por comparação com a meticulosidade geométrica da horta do Mancas não passa de terreno silvestre. As armações feitas com canas para os tomateiros e para os diversos tipos de feijão, a disposição de paliçadas para guardar do vento os alfobres mais elevados do solo onde ele semeava todo tipo de plantas que cobria com palhas secas cortadas ou caruma. Os canteiros de legumes diversos que mudavam conforme as Estações crescendo e ganhando corpo, mudando de cor, florindo e dando semente. Os cantos das ervas medicinais e das hortelãs espaços de ervas para chás de curar todo o tipo de maleitas. Eram uma atracção para mim e para os insectos de todas as cores: joaninhas, borboletas, escaravelhos de cores metálicas e brilhantes, besouros, abelhas e abelhões; além dos pássaros que se aninhavam nas oliveiras e nos arbustos rasteiros que faziam a fronteira da horta.
A última vez que me lembro de o ter visto foi em Lisboa numa antiga taberna na esquina da Rua João Villaret com a Augusto Gil. Escolhia as tabernas pelo fornecimento que tinham. No Zé da Burra era o morangueiro que sabia bem para matar a sede. No Manuel do Asilo um tinto do Cartaxo que se agarrava leitoso às paredes do copo de três. O Carvoeiro tinha um vinho de Almeirim que se podia mastigar e uma malga daquele vinho alimentava como uma malga de sopa. Como ele apreciava o vinho tinto.
Na altura estava muito desdentado e tudo o que comia molhava no vinho. Pedia dois copos de vinho e um pires, bebia metade do primeiro copo de vinho, tirava do bolso a navalhita galega e com ela partia metodicamente em cubos um papo-sêco que lhe sobrara da venda do dia anterior; de um lenço branco que guardava dentro de um saco de pano a um canto da mala dos trocos retirava metade de um pequeno queijo curado de ovelha e cortava-lhe uma fatiazinha depois cortava em gomos uma maçã e ás rodelas uma banana madura quase inteira que tinha comprado no triciclo do vendedor das tecas. O repasto assim partido aos pedacinhos era espetado com a navalhita e molhado no vinho tinto.
Acabei o que estava a fazer e disse para o poltrão ao qual tinha poupado a molha: - Anda daí, está feito. Guarda as tuas costas até chegares ao carro. Isto é, se lá conseguires chegar sem te afogares nem perderes a cor.
Aquela da horta nas costas fez-me lembrar do Mancas.
O pessoal vindo da Beira não trazia uma horta nas costas mas trazia uma horta no olhar, até onde ía a linha do horizonte. No peito guardavam a broa para alimentar a prole, nas épocas de maior escassez era isso que lhes permitia longas horas de trabalho para além do horário normal e do cansaço suportável.
O Mancas era irmão do meu Avô paterno. Todos os irmãos do meu Avô eram muito parecidos entre si, mas o Mancas era particularmente semelhante ao meu Avô, ao ponto de eu confundir um com o outro.
O Mancas tinha uma horta no topo do parque Eduardo VII. Agora está lá um jardim, que por comparação com a meticulosidade geométrica da horta do Mancas não passa de terreno silvestre. As armações feitas com canas para os tomateiros e para os diversos tipos de feijão, a disposição de paliçadas para guardar do vento os alfobres mais elevados do solo onde ele semeava todo tipo de plantas que cobria com palhas secas cortadas ou caruma. Os canteiros de legumes diversos que mudavam conforme as Estações crescendo e ganhando corpo, mudando de cor, florindo e dando semente. Os cantos das ervas medicinais e das hortelãs espaços de ervas para chás de curar todo o tipo de maleitas. Eram uma atracção para mim e para os insectos de todas as cores: joaninhas, borboletas, escaravelhos de cores metálicas e brilhantes, besouros, abelhas e abelhões; além dos pássaros que se aninhavam nas oliveiras e nos arbustos rasteiros que faziam a fronteira da horta.
A última vez que me lembro de o ter visto foi em Lisboa numa antiga taberna na esquina da Rua João Villaret com a Augusto Gil. Escolhia as tabernas pelo fornecimento que tinham. No Zé da Burra era o morangueiro que sabia bem para matar a sede. No Manuel do Asilo um tinto do Cartaxo que se agarrava leitoso às paredes do copo de três. O Carvoeiro tinha um vinho de Almeirim que se podia mastigar e uma malga daquele vinho alimentava como uma malga de sopa. Como ele apreciava o vinho tinto.
Na altura estava muito desdentado e tudo o que comia molhava no vinho. Pedia dois copos de vinho e um pires, bebia metade do primeiro copo de vinho, tirava do bolso a navalhita galega e com ela partia metodicamente em cubos um papo-sêco que lhe sobrara da venda do dia anterior; de um lenço branco que guardava dentro de um saco de pano a um canto da mala dos trocos retirava metade de um pequeno queijo curado de ovelha e cortava-lhe uma fatiazinha depois cortava em gomos uma maçã e ás rodelas uma banana madura quase inteira que tinha comprado no triciclo do vendedor das tecas. O repasto assim partido aos pedacinhos era espetado com a navalhita e molhado no vinho tinto.
terça-feira, 7 de junho de 2011
sábado, 4 de junho de 2011
AVE VERUM CORPUS - WOLFGANG GOTTLIEB MOZART como o pai dizia que ele se chamava ou Wolfgang Amadé Mozart como ele gostava de se chamar a si próprio.
Hoje é Sábado, o primeiro após a Quinta-Feira da Espiga que marcada no calendário 40 dias após a Páscoa indica para os cristão a Ascensão de Cristo ao seu Pai.
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