domingo, 22 de julho de 2012

Erjan Alimbetov toca Dombra, um instrumento tradicional do Cazaquistão o país da extensa planura das estepes das pastagens onduladas onde os Citas cavalgaram e iniciaram a rota da sêda.

Erjan Alimbetov faz parte de um grupo que toca uma mistura de música tradicional do seu país e de "rock metálico". A popularidade ultrapassou as fronteiras  do seu Cazaquistão e hoje são muito conhecidos na Europa Central e de Leste.

Este grupo que se chama Ulytau tomou o nome da província central do Casaquistão que é também o centro espiritual da identidade Casaque. Ulytau na língua antiga significava altas montanhas hoje poder-se-á traduzir por Montanha Sagrada.

Dombra - é um instrumento tradicional do Cazaquistão que pertence a uma família de instrumentos semelhantes com variantes no Uzbequistão, Quirguizistão, Tadjiquistão e Turkmenistão.
É um instrumento de duas cordas, dir-se ía a do céu e a da terra; a do feminino e a do masculino; a do corpo e a da alma; a do cavaleiro e a da sua montada 

Eu que não percebo nada de música pareceu-me entender no primeiro tema sonoridades que antes ouvi em Carlos Paredes, no segundo tema pareceu-me sentir rios e prados verdejantes, manadas a correr, aves em voo alto pairando, o murmúrio do vento nas suas asas e senti ao longe e ao perto o galope dos cavalos.






domingo, 15 de julho de 2012

GORDELA

დაუკარით არწივების ასაფრენი...

dido tkivilo.tata ani da nino





ქეთევან "ქეთი" მელუა ou para quem não lê Georgiano Katie Melua



arxoto - xevsureti






IBERIA OS EXTREMOS DO MUNDO CONHECIDO PELOS GREGOS ANTIGOS

IBERIA O NOME COMUM A PORTUGAL E À GEÓRGIA

É pouco fundamentada a teoria de que o nome Ibéria deriva de um tronco etimológico comum com o nome Ebro. Tão pouco fundamentada como a teoria que Ibéria vem do basco, da palavra Ibar que significa rio ou da palavra ibai que significa campina ou planície de rio. Mas é a teoria mais aceite.


Esta definição “Terra do rio Ebro” pode ajustar-se à localização geográfica da Península Ibérica mas deixa por explicar a existência do mesmo nome Ibéria na região do Cáucaso onde hoje se situa a Geórgia.


Observo nos mapas que o mundo grego antigo, de onde é proveniente a palavra Ibéria, era limitado a oriente pela Ibéria Caucasiana e a Ocidente pela Península Ibérica.
Não deixa de ser curioso que a civilização grega ao ser herdeira do mapa do mundo cujas fronteiras foram delineadas pelas navegações de marinheiros Foceus e Fenícios tenha chamado nomes idênticos aos extremos da direcção em que a viagem podia ser feita.

Esta curiosidade leva-me a pensar que a palavra ibéria significaria assim uma fronteira, o limite extremo do mundo conhecido até onde se poderia aportar.

Para reforçar esta ideia acresce o facto de que ao longo do tempo a Península Ibérica é sucessivamente referenciada como sendo junto a Marselha, depois junto ao rio Ródano, seguidamente junto aos Pirenéus, logo mais na bacia do Rio Ebro, mas não se ficando por aqui desloca-se para sul até Sagunto a norte da actual Valência e depois para o extremo sul, para Gibraltar. Esta deriva geográfica para ocidente não será tanto por imprecisão de autores como Hecateu de Mileto (550 a.C.- 476 a.C.)

Ficheiro:Hecataeus world map-en.svg

conhecido por ser grande viajante, rigoroso relator histórico, etnólogo e geógrafo racional. Mas sim pelo avançar da recolha de relatos da existência de novas terras.

No outro extremo, na outra Ibéria a explicação etimológica também é múltipla e complexa. Porém a situação geográfica mantem-se porque as montanhas mais altas da Europa barravam o caminho ao viajante que navegando pelo mar negro aportava ao reino de Colchis. Para lá de Colchis ficava a Ibéria mas para lá da Ibéria as montanhas do Cáucaso.


File:Georgian States Colchis and Iberia (600-150BC)-en.svg

Nos mapas a extensão territorial longitudinal no sentido do Oriente foi feita pelo espaço necessário para escrever o nome das novas tribos e povos das quais ía havendo notícia enquanto no sentido da Ibéria ocidental ela foi feita com o registo geográfico de rios e cidades onde ía sendo possível aportar e fazer comércio.
Com o império Romano a península ibérica passa a ser conhecida por Hispânia um outro nome fenício posterior que significa a Ilha dos Coelhos.
 
 
File:RomanEmpire 117.svg

Não passará de uma coincidência esta apelidação de Ibéria a essa parte da actual Geórgia que a maioria dos habitantes desta península chamada Península Ibérica ignora; mas as semelhanças morfológicas das paisagens, a vegetação, as rochas, o tipo das construções; a familiariedade das pessoas e dos animais; a alimentação aparentemente à base de carne mas que de facto é maioritáriamente vegetariana reservando a carne para momentos festivos ou para a escassez de alimento que o rigor do inverno impõe; fazem-me pensar que poderia estar nalgumas partes de Portugal que eu conheci.

Giorgi Mt'ats'mindeli conhecido por Giorgi At’oneli, também por Jorge o Agiorita ou por S. Jorge de Athos (1009-1065) terá descrito a vontade de alguns membros da nobreza ibérica da Geórgia terem, de rumar a oeste para visitarem os georgianos do ocidente.


Ficheiro:Alani map.jpg
Alanos:A amarelo as áreas de permanência
A vermelho a trajectória da migração
A amarelo torrado as expedições militares
Ou será que ele se referia a uma memória do séc.IV quando os Alanos foram obrigados a fugir dos Hunos e a deixar a Iberia e o Cáucaso em 370? Os Alanos migraram através da Europa juntando-se aos Vândalos na invasão das Gálias contra os Francos então já romanizados. Chegaram no ano de 409 à Península Ibérica.
Os Alanos tal como os Vândalos, eram cristãos Arianos; uma corrente do cristianismo que não aceitava a trindade e a consubstancialidade de Cristo com Deus Pai. Esta corrente que defendia a igualdade entre homem e mulher e preconizava uma vida de frugalidade para os sacerdotes é considerada herética pela igreja de Roma ou seja, pelo Império Romano.
Os Vândalos lideram a invasão de Roma em 2 de Junho de 455 e saqueiam-na durante dois meses.
O saque não terá sido diferente de muitos outros mas o que tornava aterrorizadores os Vândalos para o poder romano instituído era a sua ideologia religiosa de cristãos Arianos, isso sim era verdadeiramente subversivo. Nessa altura o Arianismo era uma corrente crescente que ameaçava o centralismo Católico de Roma.

O termo vandalismo porém só foi utilizado1794 por Henri Grégoire, bispo de Blois para descrever a destruição de obras de arte sacra pela turbulência subsequente à Revolução Francesa. Esta destruição iconoclasta de símbolos religiosos e de poder entrou no imaginário popular até hoje. Terá sido muito apoiada pela imagem da famosa pintura que imagina a destruição de Roma pelos Vândalos feita por Karl Briullov (1799–1852).
 
 
Mapas retirados da Wikipedia.

conjunto GORDELA

sábado, 14 de julho de 2012

Léo Ferré - Para não cantar a Morte


NE CHANTEZ PAS LA MORT


De: Jean-Roger Caussimon

Ne chantez pas la Mort, c'est un sujet morbide
Le mot seul jette un froid, aussitôt qu'il est dit
Les gens du "show-business" vous prédiront le "bide"
C'est un sujet tabou... Pour poète maudit
La Mort!
La Mort!

Je la chante et, dès lors, miracle des voyelles
Il semble que la Mort est la soeur de l'amour
La Mort qui nous attend, l'amour que l'on appelle
Et si lui ne vient pas, elle viendra toujours
La Mort
La Mort...

La mienne n'aura pas, comme dans le Larousse
Un squelette, un linceul, dans la main une faux
Mais, fille de vingt ans à chevelure rousse
En voile de mariée, elle aura ce qu'il faut
La Mort
La Mort...

De grands yeux d'océan, une voix d'ingénue
Un sourire d'enfant sur des lèvres carmin
Douce, elle apaisera sur sa poitrine nue
Mes paupières brûlées, ma gueule en parchemin
La Mort
La Mort...

"Requiem" de Mozart et non "Danse Macabre"
(Pauvre valse musette au musée de Saint-Saëns!)
La Mort c'est la beauté, c'est l'éclair vif du sabre
C'est le doux penthotal de l'esprit et des sens
La Mort
La Mort...

Et n'allez pas confondre et l'effet et la cause
La Mort est délivrance, elle sait que le Temps
Quotidiennement nous vole quelque chose
La poignée de cheveux et l'ivoire des dents
La Mort
La Mort...

Elle est Euthanasie, la suprême infirmière
Elle survient, à temps, pour arrêter ce jeu
Près du soldat blessé dans la boue des rizières
Chez le vieillard glacé dans la chambre sans feu
La Mort
La Mort...

Le Temps, c'est le tic-tac monstrueux de la montre
La Mort, c'est l'infini dans son éternité
Mais qu'advient-il de ceux qui vont à sa rencontre?
Comme on gagne sa vie, nous faut-il mériter
La Mort
La Mort...

La Mort?...

domingo, 8 de julho de 2012

Sabonetes Confiança, de Braga para o Mundo - se a higiene e limpeza têm cheiro é o cheiro do sabonete.





No Sabonete PARA O MEU BANHO é preciso Confiança. Confiança que lave bem e que faça bem a pele, que a deixe limpa, macia e perfumada.

Se a pele for sêca é bom que o sabonete seja mesmo hidratante


Ou consoante o caso e a necessidade mais específica o SABONETE  ALCATRÃO, o SABONETE LEITE DE BURRA, o SABONETE PEDRA POMES, O SABONETE ENXOFRE.

Para mais se a vontade obrigar há o CHIPRE IMPERIAL floral e o Chipre Imperial clássico


sábado, 7 de julho de 2012

Os sabonetes Ach. Brito são um regalo para os sentidos.

 Aquelas embalagens transmitem-me frescura.

 Seja pelas cores ou pela representação de flores e frutos a verdade é que quando lhes pego, à frescura logo associo uma ideia de limpeza à qual não será estranha a untuosidade e maciez do toque do papel de que são feitas bem como o aroma que delas se desprende.
O sabonete Lavanda tem aquela cor verde do musgo fresco, as bagas estilizadas da flor da lavanda do seu rótulo fazem-me lembrar os mosaicos romanos das fontes termais.
O Musgo Real que o verso da embalagem lembra serem sabonetes produzidos “desde 1887, tendo sido desenvolvido para a aristocracia portuguesa da época.” Usa um padrão riscado que ora remete para o riscado de um atoalhado turco ora lembra o papel de parede dos quartos de banho do séc. XIX. Um dos meus prazeres de operário é poder lavar-me no meu duche catártico com um sabonete desenvolvido para a aristocracia portuguesa, fui atingido em cheio, a publicidade de hoje ainda não conseguiu ultrapassar convincentemente esta ideia.