Esta definição “Terra do rio Ebro” pode ajustar-se à localização geográfica da Península Ibérica mas deixa por explicar a existência do mesmo nome Ibéria na região do Cáucaso onde hoje se situa a Geórgia.
Observo nos mapas que o mundo grego antigo, de onde é proveniente a palavra Ibéria, era limitado a oriente pela Ibéria Caucasiana e a Ocidente pela Península Ibérica.
Não deixa de ser curioso que a civilização grega ao ser herdeira do mapa do mundo cujas fronteiras foram delineadas pelas navegações de marinheiros Foceus e Fenícios tenha chamado nomes idênticos aos extremos da direcção em que a viagem podia ser feita.
Esta curiosidade leva-me a pensar que a palavra ibéria significaria assim uma fronteira, o limite extremo do mundo conhecido até onde se poderia aportar.
Para reforçar esta ideia acresce o facto de que ao longo do tempo a Península Ibérica é sucessivamente referenciada como sendo junto a Marselha, depois junto ao rio Ródano, seguidamente junto aos Pirenéus, logo mais na bacia do Rio Ebro, mas não se ficando por aqui desloca-se para sul até Sagunto a norte da actual Valência e depois para o extremo sul, para Gibraltar. Esta deriva geográfica para ocidente não será tanto por imprecisão de autores como Hecateu de Mileto (550 a.C.- 476 a.C.)
conhecido por ser grande viajante, rigoroso relator histórico, etnólogo e geógrafo racional. Mas sim pelo avançar da recolha de relatos da existência de novas terras.
No outro extremo, na outra Ibéria a explicação etimológica também é múltipla e complexa. Porém a situação geográfica mantem-se porque as montanhas mais altas da Europa barravam o caminho ao viajante que navegando pelo mar negro aportava ao reino de Colchis. Para lá de Colchis ficava a Ibéria mas para lá da Ibéria as montanhas do Cáucaso.
Nos mapas a extensão territorial longitudinal no sentido do Oriente foi feita pelo espaço necessário para escrever o nome das novas tribos e povos das quais ía havendo notícia enquanto no sentido da Ibéria ocidental ela foi feita com o registo geográfico de rios e cidades onde ía sendo possível aportar e fazer comércio.
Com o império Romano a península ibérica passa a ser conhecida por Hispânia um outro nome fenício posterior que significa a Ilha dos Coelhos.
Não passará de uma coincidência esta apelidação de Ibéria a essa parte da actual Geórgia que a maioria dos habitantes desta península chamada Península Ibérica ignora; mas as semelhanças morfológicas das paisagens, a vegetação, as rochas, o tipo das construções; a familiariedade das pessoas e dos animais; a alimentação aparentemente à base de carne mas que de facto é maioritáriamente vegetariana reservando a carne para momentos festivos ou para a escassez de alimento que o rigor do inverno impõe; fazem-me pensar que poderia estar nalgumas partes de Portugal que eu conheci.
Giorgi Mt'ats'mindeli conhecido por Giorgi At’oneli, também por Jorge o Agiorita ou por S. Jorge de Athos (1009-1065) terá descrito a vontade de alguns membros da nobreza ibérica da Geórgia terem, de rumar a oeste para visitarem os georgianos do ocidente.
Alanos:A amarelo as áreas de permanência A vermelho a trajectória da migração A amarelo torrado as expedições militares |
Os Alanos tal como os Vândalos, eram cristãos Arianos; uma corrente do cristianismo que não aceitava a trindade e a consubstancialidade de Cristo com Deus Pai. Esta corrente que defendia a igualdade entre homem e mulher e preconizava uma vida de frugalidade para os sacerdotes é considerada herética pela igreja de Roma ou seja, pelo Império Romano.
Os Vândalos lideram a invasão de Roma em 2 de Junho de 455 e saqueiam-na durante dois meses.
O saque não terá sido diferente de muitos outros mas o que tornava aterrorizadores os Vândalos para o poder romano instituído era a sua ideologia religiosa de cristãos Arianos, isso sim era verdadeiramente subversivo. Nessa altura o Arianismo era uma corrente crescente que ameaçava o centralismo Católico de Roma.
O termo vandalismo porém só foi utilizado1794 por Henri Grégoire, bispo de Blois para descrever a destruição de obras de arte sacra pela turbulência subsequente à Revolução Francesa. Esta destruição iconoclasta de símbolos religiosos e de poder entrou no imaginário popular até hoje. Terá sido muito apoiada pela imagem da famosa pintura que imagina a destruição de Roma pelos Vândalos feita por Karl Briullov (1799–1852).
Mapas retirados da Wikipedia.
Sem comentários:
Enviar um comentário