terça-feira, 28 de abril de 2009

empadão de espinafres com salsichas vegetarianas

2kg de batatas, 500g de espinafres congelados ou frescos, 6 salsichas vegetarianas, meio litro de leite de soja,3 colheres de sôpa de azeite, 2 alhos e uma cebola, noz moscada a gosto, um pouco de sal. 1.Cozem-se as batatas em água e sal. Quando estiverem cozidas faz-se um puré comprimindo-as com um esmagador de batatas. A pasta vai-se amolecendo com leite de soja. Tempera-se com noz-moscada ralada a gosto e junta-se uma colher de manteiga que poderá ser substituída por uma colher para sopa de azeite. Incorporam-se bem todos os ingredientes. 2.Despeja-se um saco de 500g de espinafres congelados ou frescos preferivelmente de agricultura biológica para um tacho onde foi salteado em azeite um dente de alho e uma cebola picada finamente. Retirar do lume logo que os espinafres descongelem ou se forem frescos logo que a sua cor verde cru escureça. 3.Com massa folhada forra-se uma assadeira alta ou tabuleiro alto de ir ao forno. Sobre esta massa folhada coloca-se uma camada de puré de batata. Coloca-se de seguida o recheio de espinafres e as salsichas vegetarianas que se tapam com outra camada de puré . Leva-se ao forno para ganhar a cor dourada. -Acompanha-se com salada de alface, tomate, agrião e cebôla.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Gravura - Faça você mesmo. Uma forma simples de reutilização e reciclagem.

Uma forma simples e rápida de obter uma gravura é usar uma ponta sêca (um estilete, um perfurador, um bico afiado, um prego) para desenhar sobre a superfície plástica de um cd, ou dvd que ía para o lixo. E desenhar o quê? Bem, porque não o vosso reflexo na superfície espelhada. Podem desenhar o contorno, os traços mais vincados, etc. Depois é necessário entintar os sulcos e a seguir levar à prensa para passar a tinta para o papel. Se não fôr possível este último passo pode-se sempre deixar secar a tinta nos sulcos. O trabalho final não será a gravura impressa em papel mas sim a matriz onde foi feita a gravação. Para a Catarina Garcia.

domingo, 26 de abril de 2009

D. Nuno Álvares Pereira a partir de hoje mais um Santo Português.

Os Portugueses, essa mistura rica de gente que através dos tempos cá nasceu ou que cá decidiu viver, sempre adquiriram fortíssima consciência nacional. A integridade territorial talvez tenha ajudado a desenvolver e consolidar esse sentimento. Portugal tem as linhas de fronteira mais antigas da Europa. D. Nuno Álvares Pereira o herói do séc.XIV que na batalha de Aljubarrota (14 de Agosto de 1385)encabeçou a vitória das hostes portuguesas contra os castelhanos selou esse triunfo com a vontade divina da própria independência de Portugal. O seu voto pelo auxílio divino na vitória (eram 6000 portugueses contra 30000 castelhanos e franceses) materializou-se na construção do Convento que ainda hoje existe no Largo do Carmo. D.Nuno recolheu a esse mesmo convento e lá terá falecido em 1431. Vários valores simbólicos se juntam aos factos históricos. A vontade do povo na própria independência de Portugal é relatada numa história que sempre acompanha a da VITÓRIA DE ALJUBARROTA, a da Padeira de Aljubarrota. A padeira, ao que parece uma pessoa que realmente existiu, quando ía colocar lenha para acender o fogo e cozer o pão deparou com sete castelhanos escondidos dentro do forno. Os castelhanos terão menosprezado tal aversário, pois ela empunhando a sua pá, uma pá de forno pode ser tão contundente como uma acha de guerra, matou uns e pôs os outros em debandada. Simbólicamente é de notar a importância de ser uma mulher e da sua vitória ser proporcionalmente ainda superior à já espantosa proporção da vitória da Batalha de Aljubarrota que foi de um para cinco. Esta mulher Ter-se-á chamado Brites e era Algarvia. Eu leio isto como mais um sinal simbólico justificativo da integridade territorial já que o Rei de Portugal era de Portugal e Algarves. O que chamamos hoje Algarve foi o último território a integrar o País continental e em 1385 ainda era passível de ataque dos mouros que se mantiveram em Granada até ao ano de 1492, ano em que Colombo chegou a umas ilhas que mais tarde se convencionou chamar América. Nuno de Santa Maria já considerado Santo em vida, pelos pobres a quem alimentava por vezes à custa do seu próprio jejum renunciou aos bens materiais e voltou-se para o serviço ao próximo. Após a batalha terá feito algo nunca visto até então, cuidar dos feridos inimigos e dar-lhes abrigo até à recuperaçao. Por isso Nuno de Santa Maria é também um símbolo de que se está sempre a tempo de renunciar e reparar uma vida violenta.

sábado, 25 de abril de 2009

Ideia que não esquece, nem pode ser corrompida, no espírito fortalece, e é acção renascida.

Foi feito para uma exposição chamada 25x35, que comemorará os 35 anos do 25 de Abril de 1974, o Dia da Liberdade. Liberdade sempre! 25 de Abril Sempre!

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Finalmente o Blog vai ser de desenho.

A máquina fotográfica sofreu um impacto. Deixou de funcionar. A culpa não foi minha é certo. É verdade que estava a retirar a máquina do seu estojo. Sim ela antes de caír estava para me ficar entre as mãos. Eu até sou cuidadoso e costumo introduzir a mão no fio de modo a ela ficar presa no pulso. Eu ía fazer isso mesmo. Mas olho na máquina, olho na galinhola que queria capturar em imagem. Proc loc troc loc... A atrevida da máquina atirou-se-me para o chão. Bem! Se não foi ela foi a Gravidade que a puxou. Ou será que tem algum assunto por resolver com a galinhola?.............................................................................................................................................Finalmente o Blog vai ser de desenho.

Tauromaquia, toureiros e respeito animal

Houve um tempo em que eu queria ser toureiro quando crescesse, tinha 5 anos. Houve um tempo em que me interessei pela tourada e vi corridas de toiros em Espanha, tinha 15 anos. Houve um tempo em que me interessei pela tauromaquia, li bastante sobre a arte de Belmonte; Tentei aprender mitológica, técnica, e mesmo poéticamente: nomeadamente com Lorca; Aprendi com a História a Arqueologia a Etnologia; Descobri Goya, Picasso, Pomar e as suas tauromaquias; Eu próprio desenhei, pintei, e fiz gravuras com a temática da tauromaquia,tinha 25 anos. Aos 45 anos a minha alimentação já só integrava animais vestigicialmente. Agora aos 47 estou gradualmente a ficar Vegan. À sua maneira os toureiros no seu mundo particular e algo virado sobre si próprio respeitam os touros que lidam. Blasco Ibañez escreveu um livro que me impressionou na altura que o li, chamado "Sangre y Arena". No final concluímos que a fera não é o touro ou o toureiro mas sim o público. Não o público específico das touradas mas sim nós todos, a turba. A sociedade a que pertencemos encanta-se com os bodes expiatórios, que lhe possam retirar de cima o desconforto do sentimento de culpa. É ridículo falar de touradas e de circo, sem que se diga uma palavra sobre a caça a pesca, e o que é terrivelmente pior as chamadas Empresas Agro Alimentares de Produção Animal ou os Laboratórios de Investigação Científica que utilizam cobaias vivas para pesquisa. Com o tempo os touros bravos talvez só existam pelo prazer que temos em os ver correr e lutar pelas fêmeas. Os toureiros talvez se tornem os seus guardiões tal como aconteceu a muitos caçadores de África. Curiosamente penso que o Cavalo Lusitano corre mais risco de perder as suas características do que o descendente do Uro e do Uroque, perder a sua bravura. Há quem defenda mesmo que a tauromaquia a cavalo nasceu para manter os cavalos aptos para a guerra. As características do Lusitano, talvez o mais antigo cavalo de sela do mundo, foram preservadas pela Tourada Portuguesa permitindo que ele continuásse a ser a montada ímpar que consegue carregar a galope, estacar e virar em espaço curto. A guerra a cavalo é obsoleta. Também a tauromaquia em que os cavaleiros envergam casacas à maneira do séc.XVIII é obsoleta. Haverá concerteza melhores maneiras do ecossistema que contem homens, touros, cavalos, todos os animais e plantas do montado continuar a existir. Afinal as conclusões de filósofos como Peter Singer, nossos contemporâneos, sobre ética e respeito dos animais, são antigas. Começaram lá atrás numa terra em que uns tipos de cabelo desgrenhado e barba por fazer, pobres e frugais, enrolados em panos modestos, alguns simplesmente de sandálias ou descalços, inventaram os mitos, os labirintos, e a maneira de sair deles.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

.Livros e mais livros

Dia 30 de Abril abre no Parque Eduardo VII, a Feira do Livro de Lisboa. Este ano foi antecipada quase um mês, relativamente à data que era habitual. Vai haver substituição dos velhos pavilhões por outros que espero eu, sejam mais confortáveis para quem neles trabalha.

Dicionário do Judaísmo Português.

Amanhã vai ser lançado um "Dicionário de Judaísmo Português" no Salão Nobre do Teatro D. Maria II. Não sei se será simbólica a localização do lançamento, pois naquela parte da cidade foram sacrificados muitos judeus e cristãos novos em épocas diferentes mas pelo mesmo assassino: O racismo. Ainda me lembro quando por volta dos meus treze ou catorze anos ter lido um livro do Leon Uris chamado "Exodus". Nessa altura tive imensa curiosidade sobre a presença judaica em Portugal. Procurei mas não havia nada que um miúdo daquela idade soubesse encontrar, tirando um livro do S. Malka "Judeus na Península Ibérica". Comprei o livro e fui lendo outras coisas que fui encontrando. O panorama hoje é diferente, mas só agora aparece um dicionário deste tipo. Fico contente. É importante que nós portugueses reconheçamos o outro que há em nós próprios. Os Judeus constituíam cerca de 10% da população portuguesa quando no início do séc.XVI foram expulsos de Portugal. Se é verdade que os mais abastados partiram para os Países Baixos, para a Inglaterra para o Norte de África para a Grécia e mesmo para a Turquia, os mais pobres converteram-se forçadamente ao cristianismo, ou fingiram que o faziam. Séculos passados, e no seguimento do 25 de Abril de 1974, data a partir da qual foi possível haver liberdade religiosa e de culto em Portugal veio-se a descobrir que havia cidadãos que professavam a religião judaica de forma clandestina e longe do olhar público. A comunidade maior e mais bem organizada era a dos Judeus de Belmonte. Praticantes de um Judaísmo sem Rabi, passado por tradição oral, em que a circuncisão não era praticada. Estes cripto-judeus apelidados de Marranos mantiveram a sua tradição religiosa inteira nos seus alicerces. Há que dizer que a comunidade Cristã de Belmonte não desconhecia a existência das práticas religiosas dos seus vizinhos Judeus, mas o assunto era tabu. Mesmo após a publicitação da comunidade judaica os não judeus tinham grande renitência em falar do assunto com forasteiros, e esquivavam-se às perguntas com os "não sei", "não vi", "não são contas do meu Rosário". Não posso deixar de pensar nas aldeias remotas que existem em Portugal. Sítios que encaixados nas serras em locais inóspitos só acessíveis por caminhos estreitos e difíceis. Aldeias em que o sol bate poucas horas por dia e que a distância de poucas centenas de metros se tornam invisíveis na paisagem. Poucas existem habitadas ainda hoje. A maioria viu construírem estradas que acabaram com o seu isolamento. Outras foram abandonadas uma vez que deixou de haver razão para a vida em condições tão duras. A este nosso passado judaico que faz parte da cultura portuguesa não é estranho o nosso messianismo aqui chamado sebastianismo, mais prosaicamente não são estranhos os costumes dos meus avós. A maneira como tratavam com dignidade os animais que sacrificavam para a alimentação; o sacrifício em si e a sangria. Das preferências por animais de casco fendido cabras e ovelhas em vez de animais de casco inteiro ou de unha. Das limpezas da Primavera, etc. etc. A tradição dos enchidos sem carne de porco ou mesmo sem carne: as alheiras com aves e miolo de pão, as farinheiras com farinha e algum tipo de gordura, os enchidos com arroz como as morcelas alguns muito pouco fumados como se fossem feitos à pressa para mostrar e depois para não se estragarem tivessem de ser comidos rápidamente como os maranhos, etc. etc. Não posso deixar de repetir o que um dos arqueólogos da equipa do ilustre Cláudio Torres me disse nas escavações que se fizeram, e continuam fazendo em Mértola no Alentejo à beira do Guadiana: As tomadas do poder, nomeadamente através do poder militar por diversos povos diferentes nem sempre significaram a expulsão dos antecessores. Ao contrário do que até há pouco se julgava, a falta de sinais de destruição em Mértola mostra que as diferentes comunidades souberam coabitar e prosperar em conjunto. Faço votos (ou como se diz em Português e em Árabe, Oxalá) Deus Queira, que esse espírito de tolerância e convivência que existiu em Mértola e noutros locais, possa existir de novo na Palestina entre povos diferentes, como já existiu também na Corte de Afonso X, O Sábio. Nesse tempo as Cantigas de S.Maria em Louvor de Maria Mãe de Jesus eram cantadas por cantores muçulmanos numa língua considerada mais poética e veneranda a que hoje chamamos Galaico-Português, esses cantores eram acompanhados por músicos judeus e cristãos. Todos juntos e em harmonia, deliciavam ouvintes de muitas proveniências e de diferente crença religiosa. Deliciados nos sentimos ainda hoje quando as ouvimos e mais impressionados ficamos ao sabermos dessa comunhão.

domingo, 19 de abril de 2009

As Casas e Palacetes dos Brasileiros.

Um destes dias terei de me demorar mais sobre este tema mostrando mais imagens. Entre os Concelhos de Oliveira do Hospital e Tábua, existem vários exemplares do que se costuma chamar Casas de Brasileiros. Para as explicar a quem nunca as tenha visto, nomeadamente aos irmãos Brasileiros de hoje, direi que o traço de união entre a diversidade que as caracteriza é a exuberância orgulhosa com que se erguem na paisagem rural. Foram maioritáriamente construídas no final do séc.XIX e início do séc.XX, e estendem-se por todo país sobretudo nas zonas em que houve emigração para o Brasil. Os proletários rurais, camponeses, pequenos agricultores, artesãos e muitos outros necessitados tentaram a sua sorte emigrando para o Brasil. Ferreira de Castro no seu romance "A Selva" é muito explícito sobre esta temática. Dos que voltaram os que realmente voltaram abastados construíram as tais casas majestosas como sinal do seu sucesso. Ao tempo da construção e mesmo posteriormente elas foram ridicularizadas por serem consideradas excentricidade de pessoas com dinheiro mas sem instrução e sem bom gosto. Francamente não sei o que naquele tempo significava bom gosto, tal como hoje não sei o que significa. O que sei é que o fenómeno veio a repetir-se com as casas dos emigrantes que nos anos setenta começaram a voltar de França, Alemanha, Luxemburgo,...etc. Tirando vozes como as do Professor e Escultor Lagoa Henriques e do Arquitecto Manuel Graça Dias a opinião geral era de crítica negativa e menosprezo. Hoje as Casas dos Brasileiros que afinal eram emigrantes portugueses retornados ao berço, merecem a atenção e preocupação que são atribuidas ao património edificado. Elas incorporam uma tendência muito actual na arte que é a do artista nómada. No exemplo que vos falo o artista seria um trabalhador rural, de cultura tradicional, alfabetizado ou não que saído da Beira, ter-se-ía perdido nessa gigantesca Terra Brasileira feita de muitas terras diferentes e trabalhado em inúmeras actividades diferentes até ao desafogo financeiro e por ventura à riqueza material e cultural. A casa de cima é agora uma residencial e chama-se mesmo "O Brasileiro". Aqui um pormenor no jardim de outra casa que é como um palácio saído das Mil e Uma Noites

Entretanto o Melro trouxe o filho e foi-lhe dando alimento

Para a Gabriela Reis uma Andorinha um Pop e uma sombra

Para a Cidade de S. Paulo que está a fazer um esforço pelas árvores e para a Constança Lucas que gosta de árvores

A árvore sofreu a perda lateral de solo quando alargaram o caminho. Sofreu a resinagem que terminou nos anos noventa. Mas de todas as vezes continuou se erguendo. Apesar das rochas cobrirem o chão as árvores brotam nos intervalos em que se acumulou solo fértil.

sábado, 18 de abril de 2009

O meu pai contava-me as histórias de João Brandão, ou da guerrilha feita contra os franceses na Ponte de Mucela. Parecia que tinham acontecido ontem.

De facto eram histórias com 160 ou 200 anos. Transmitia-me ele a memória que lhe tinha sido legada. Essa tradição oral que muito remota transforma os factos em lendas de mouros e mouras encantadas é talvez por isso menosprezada nos meios eruditos. Meios eruditos que paradoxalmente transformam a história em pré-história sempre que não encontram registo material da oralidade. Na floresta que circunda a aldeia onde nasceu o meu pai, existe uma grande rocha granítica junto a um acentuado declive. A rocha arredondada e polida pela abrasão glaciar, é um promontório virado a nascente. No topo da rocha há um entalhe quadrangular de cerca de 40cm de lado e com uma profundidade de cerca de 25cm. As arestas do entalhe são perfeitas. Desta espécie de bacia quadrada sai um sulco que se direcciona para o declive. A tradição oral chama ao local "a cozinha dos mouros". Há 30 anos um agricultor que procurava água para o terreno situado na área abaixo da rocha escavou um poço. Não encontrou água, mas a partir de 1,5m de profundidade encontrou muitas cinzas e carvões. Penso que terá recolocado as terras com os carvões no mesmo local. Deste relato ficam questões como o que é a cozinha dos mouros? Quem fez o entalhe na pedra e com que fim? Uma coisa é certa, a zona é habitada desde tempos tão remotos quanto as pedras podem testemunhar. Ruínas Romanas na Bobadela, Oliveira do Hospital. O Menir caiado na Póvoa de Midões, Tábua.

Na zona para onde costumo ir sente-se um apelo primordial tão intenso como o que se sente junto do mar, acrescido do mistério que a floresta transmite

Cobertas por musgo, as fragas graníticas que gelos de eras glaciares arredondaram. Numa clareira um regato e um inesperado canavial de bambú. Carvalhos, Faias, Amieiros, Salgueiros, Lódanos, Plátanos, Pinheiros, Eucaliptos,Loureiros... A floresta retoma o chão que já foi de cultivo de vinho, azeite e pão.

Fui à Beira e à Estrela para uma cura Pascal de Águas mil.

No sopé da Serra de Estrela está uma localidade chamada São Romão. São Romão: Olhando para cima. São Romão:Na subida para a Senhora do Destêrro, olhando para os mesmos edifícios em baixo. Era dia 15 de Abril e a 400m mais acima, meia-hora após esta fotografia começou a cair um nevão.

domingo, 5 de abril de 2009

Já se foi de Barco a Odivelas.

Alto relevo em pedra calcária em que se representa uma embarcação de três mastros. Fachada da porta de entrada da Quinta dos Pombais em Odivelas. O painel data a construção no ano de 1715, 40 anos antes do terramoto que destruiu Lisboa e outras cidades em 1755. O alto relevo está embutido no muro que veda este Jardim da quinta dos Pombais. Por aqui onde flui o trânsito numa via rápida de 6 faixas de largura ainda corre um rio. O rio parece modesto para ter caudal que suportásse um barco de três mastros. É certo que muita da água foi desviada para matar a sede a Lisboa após o grande terramoto de 1755. Não será menos verdade que o assoreamento terá elevado em alguns metros a cota da linha de água que no tempo da embarcação de três mastros devia ser a cota do rio Tejo em preia-mar. Mas em 25 e 26 de Novembro de 1967, neste local corria um caudaloso rio impossível de conter pelos diques que hoje se vêem. Foram as cheias que afectaram toda a região da Estremadura e Ribatejo, muitas pessoas morreram. Não se sabe ainda hoje, quantas, pois a ditadura e a censura de então não deixaram que as fragilidades estruturais e sociais fossem expostas, nem que reparação às vítimas, por demais evidente se tornásse tarefa obrigatória e urgente.

sábado, 4 de abril de 2009

" Se eu soubesse ler e escrever fazia um jornal! " Quatro anos depois Nasceu um Jornal, A Voz do Operário. Estávamos em 1879.

A 11 de Outubro de 1879 nasceu o Jornal A Voz do Operário pelos operários manipuladores de tabaco na sua grande maioria analfabetos mas detentores de uma cultura profunda de solidariedade e esforço mútuo para melhoria das suas duras condições de vida. Depois veio uma escola para que fosse melhor o futuro dos seus filhos. Hoje a Voz do Operário é uma Casa que ilumina, que continua sendo escola para crianças. Uma Casa em que a luz entra e se difunde no auxílio a idosos e pessoas sem família que não são autosuficientes. Continua a ser uma Casa aberta para encontro de operários e representantes por eles eleitos. Como no passado dia 3 de Abril em que houve o XV Encontro Nacional de membros eleitos de Comissões de Trabalhadores Hoje como ontem os trabalhadores continuam lutando por condições melhores de vida; continuam apresentando propostas e apontando caminhos; manifestando o seu desejo de fraternidade e progresso.