domingo, 5 de abril de 2009

Já se foi de Barco a Odivelas.

Alto relevo em pedra calcária em que se representa uma embarcação de três mastros. Fachada da porta de entrada da Quinta dos Pombais em Odivelas. O painel data a construção no ano de 1715, 40 anos antes do terramoto que destruiu Lisboa e outras cidades em 1755. O alto relevo está embutido no muro que veda este Jardim da quinta dos Pombais. Por aqui onde flui o trânsito numa via rápida de 6 faixas de largura ainda corre um rio. O rio parece modesto para ter caudal que suportásse um barco de três mastros. É certo que muita da água foi desviada para matar a sede a Lisboa após o grande terramoto de 1755. Não será menos verdade que o assoreamento terá elevado em alguns metros a cota da linha de água que no tempo da embarcação de três mastros devia ser a cota do rio Tejo em preia-mar. Mas em 25 e 26 de Novembro de 1967, neste local corria um caudaloso rio impossível de conter pelos diques que hoje se vêem. Foram as cheias que afectaram toda a região da Estremadura e Ribatejo, muitas pessoas morreram. Não se sabe ainda hoje, quantas, pois a ditadura e a censura de então não deixaram que as fragilidades estruturais e sociais fossem expostas, nem que reparação às vítimas, por demais evidente se tornásse tarefa obrigatória e urgente.

2 comentários:

Constança Lucas disse...

que noticia interessante e gostei da foto do baixo relevo

abraços
Constança

Duende disse...

Excelente baixo relevo, pormenor muito interessante esse de Odivelas