sexta-feira, 26 de junho de 2015

Uma história para o Rodrigo.


Era uma vez uma Raposa, vermelha cor de morango, que passeava pelos quintais à procura de limoeiros.
É que a Raposa muito gostava de beber limonada.
Rodrigo que vivia com a bisavó num desses quintais que tinha limoeiros, acordou um dia desses que nascem fresquinhos de enregelar e depois se tornam quentes de rachar ao ouvir o restolhar de folhas...

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Piri- Piri, malagueta, pimenta, ou mais exactamente, jindungo cahombo.



Trouxeram-me jindungo-de-cahombo de Angola. 

    texto: www.ecologicstation.com
 
Variedade residente das províncias de Luanda e Benguela, cercanías do Vale do Cávado, localizadas a noroeste e oeste de Angola, respectivamente. Muito resistente, cresce a 90 cm de altura por 60 cm de largura.  Tem preferência por climas quentes e húmidos, típico das florestas tropicais, com solo profundo, solto e bem drenado e rico em matéria orgânica, com pH entre 6,6 e 7,6, apesar de conviver com facilidade em zonas menos favorecidas desde que as temperaturas se mantenham elevadas.
As flores, de pedicelo inclinado na antese, surgem em numero de 1 a 3 por nó, com corola amarelo-esverdeada sem manchas na base dos lobos das pétalas, e anteras de coloração azul !!!.
Frutos, pendentes, em formato arredondado ou ligeiramente oblongo, mas sempre irregulares, configurando lóbulos com dimensões de 2,5 X 2,3 cm. Surgem em quantidades moderadas, deixando a planta muito bonita. Com a superfície completamente irregular, em forma de folhos apresentam coloração verde escura (imaturo), que passa gradualmente ao laranja e vermelho intenso brilhante (maduro). São muito aromáticos, com o sabor típico das Habaneros misturado a um toque selvagem, identificado como cheirando a cabra, de onde vem o nome ("kahombo" = cabrito). Dado o seu cheiro característico, o jindungo-de-cahombo, reluta muita gente. Contudo é bastante saboroso e reflecte na culinária o seu profundo e exótico aroma, com o tal sabor selvagem que faz as delicias dos seus apreciadores e simultaneamente tão profundamente rejeitado pelos seus detractores.
Cada fruto contém uma média de 30 sementes de côr creme, que germinam num período de 10—18 dias. A colheita, inicia-se 160 dias após a sementeira, para frutos maduros.
  Na sua região, é usada fresca na preparação de molhos para temperar vários tipos de pratos, nomeadamente a tão característica "muamba—de—galinha" à Angolana.

Já semeei em três sítios diferentes, e já dei a dois cultivadores meus conhecidos algumas malaguetas para que fizessem o mesmo.
A ideia é retribuir ao amigo que me ofereceu as malaguetas de jindungo cahombo um vaso com uma planta carregada de malaguetas.

Cefaleia de São João.





Não foram férias não!
Foi o computador que se constipou no Santo António.
Agora que chegou o São João parece que ainda anda meio tonto.
Ou ele, ou eu!

domingo, 7 de junho de 2015

Céu de areia.

Ventos quentes do deserto sopram areias finas.
Erguem no ar poeiras de cores quentes: vermelhas e amarelas. 
O ar ascendente turva o azul celeste 
e as núvens confundem-se 
e precipitam gotas alaranjadas de chuva:
São as lágrimas dos que partem e nunca chegam; 
São lágrimas dos que ficam esperando, 
de olhos sêcos.


Feijões para que vos quero.


 Uma italiana no Japão mostrava-se verdadeiramente surpreendida com a capacidade inventiva da culinária nipónica. O exemplo disso era um doce que ela nunca encontrara no seu país e que usava a associação de dois ingredientes de forma não intuitiva, exótica, quase bizarra. O açúcar e o feijão.
Pensei para comigo realmente quem se lembraria de fazer pastéis de feijão, ou pastéis de nata, ou queijadas ou... ?
 

























 Então e as outras variedades todas?







sexta-feira, 5 de junho de 2015

Sem tempo a perder.

O Planeta continuará! O Ambiente; esse mudará como já mudou várias vezes. Nós estamos a prazo. Poderemos permanecer mais ou menos tempo. Depois a memória de nós talvez só as pedras a guardem como nos fósseis dos dinossauros.











Os dinossauros extinguiram-se há cerca de 65 milhões de anos.

Habitaram este planeta durante cerca de 130 milhões de anos.

A espécie humana (hominídeos mais antigos) apareceu há cerca de 3 milhões de anos.

terça-feira, 2 de junho de 2015

Só à cana.



O segundo período tinha terminado e toda a classe encarava aliviada o último período por saber que seria menos fustigada pelo Batista. Com efeito nas derradeiras semanas do período anterior a cana em que Batista, o professor que gostava de bater, se apoiava à maneira de um pastor se apoiar num cajado tinha sido destruída. Ele que dizia usar a cana como ponteiro, mas que de facto a utilizava ora como vergasta, ora como vara de picar bêstas, despedaçou-a até ela abrir em tiras. Tiras que ele tentava reparar passando-lhes fita-cola, mas sem sucesso pois as pancadas que o Batista ía desferindo nas nossas cabeças, nos nós dos dedos, ou onde nos apanhasse, rebentavam a fita-cola e a cana abria de novo até parecer um azorrague que mesmo assim ele usou até tudo se despedaçar. 

 
Debalde nossa esperança! O Freitas trouxe uma cana nova para o Batista.
 -Mas porquê? - Perguntávamos uns aos outros- será que ele é parvo? – Parecia que ele era parvo! Logo no intervalo da manhã assim que fomos para o recreio o Abílio que era forte agarrou o Freitas pelos colarinhos do bibe contra a parede do corredor invectivando-o indignado:
- Ó Freitas, tu és parvo ou quê? Então tu trouxeste-lhe uma cana para nos bater? E ainda por cima uma Cana-da-Índia das que nunca mais partem?
-E fiz muito bem – respondeu-lhe o Freitas de Peniche- Assim o Senhor Professor já não me bate, a mim, com a cana, porque fui eu que lha trouxe!
O Freitas de Peniche tinha passado para o outro lado. Tinha deixado de ser criança e tinha deixado de ser um de nós.
 Acabado o recreio assim que fomos para a aula o Batista chama o Freitas de Peniche ao estrado; tinha que cantar os principais rios de Angola: Onde nasciam, por onde passavam, onde desaguavam. Desastre total; o Freitas de Peniche bem olhava para o mapa de Angola mas àquela distância até as letras gordas de ANGOLA não passavam de minúsculas letrinhas.
A primeira canada veio direita ao pescoço deixando boquiaberto o Batista pela eficácia com que a sua nova arma tinha feito um vergão indisfarçável e boquiaberto também o Freitas de Peniche, incrédulo pela ingratidão com que o Senhor Professor, seu mestre, recompensava o gesto galante por quela prenda de sonho. Afinal desde o início do ano escolar que o Senhor Professor sonhava encontrar uma cana-da-Índia.
O Freitas passou a ser o Só à Cana; o nosso sacana.