sexta-feira, 25 de abril de 2014

José Afonso - Somos Filhos da Madrugada



Somos filhos da madrugada
Pelas praias do mar nos vamos
À procura de quem nos traga
Verde oliva de flor nos ramos
Navegamos de vaga em vaga
Não soubemos de dor nem mágoa
Pelas praia do mar nos vamos
À procura da manhã clara

Lá do cimo de uma montanha
Acendemos uma fogueira
Para não se apagar a chama
Que dá vida na noite inteira
Mensageira pomba chamada
Companheira da madrugada
Quando a noite vier que venha
Lá do cimo de uma montanha

Onde o vento cortou amarras
Largaremos p'la noite fora
Onde há sempre uma boa estrela
Noite e dia ao romper da aurora
Vira a proa minha galera
Que a vitória já não espera
Fresca, brisa, moira encantada
Vira a proa da minha barca.

25 DE ABRIL SEMPRE!


Hoje é dia de flores e de cravos!

Hoje também é dia de Otília! Para ela os meus Votos de Alegria e Saúde.
  
Sobre os cravos, ainda que esmaecidos faço Voto para que tenhamos todos nós um melhor Futuro e que nasçam flores a cada instante. 






quarta-feira, 23 de abril de 2014

"Conceito" uma letra do grande Carlos Conde no fado do grande Alfredo Marceneiro.

As palavras proferidas por Alfredo Marceneiro, antes de cantar este fado, sempre foram por mim sentidas como um conselho.
Talvez por isso tenha entendido mal o seu título, e tenha ouvido "conselho", e não "Conceito" como é de facto chamado.
A verdade é agora reposta graças à intervenção amiga de Vítor Marceneiro seu neto e seu biógrafo.
Bem haja Vítor Marceneiro!


"Conceito"

Quando eles não valem nada
Não se ganha em discutir
Não é bom servir de escada
Para qualquer asno subir


Há gente que só diz mal
Para se impôr, para ser notada
Quem discute menos vale
Quando eles não valem nada 


E quem pouco valor tem
Só se vinga em deprimir
O desprezo chega bem
Não se ganha em discutir 


Quem mal diz por ser ruím
Nunca vence a caminhada
A nulidades assim
Não é bom servir de escada


Quem vence de fronte erguida
Não se dispôe a servir
Como ponto de partida
Para qualquer asno subir


Ederlezi - Dia de S. Jorge




Same amala oro kelena
Oro kelena dive kerena
Sa o roma
Sa o roma, babo, babo
Sa o roma, o daje
Sa o roma, babo, babo
Ej, ederlezi
Sa o roma, daje
(amaro dive
Amaro dive, ederlezi
Ej... ah... )
Same amala oro kelena
Oro kelena dive kerena
Sa o roma
Sa o roma, babo, babo
Sa o roma, o daje
Sa o roma, babo, babo
Ej, ederlezi
Sa o roma, daje

Sa o roma babo, e bakren cinen.
A me coro, dural besava.
A a daje, amaro dive.
Amaro dive erdelezi.
Ediwado babo, amenge bakro.
Sa o roma, babo. e bakren cinen.
Eeee...j, sa o roma, babo babo, sa o roma daje.
Sa o roma, babo babo, erdelezi. erdelezi, sa o roma daje.
Eeee... sa o roma, babo babo, sa o roma daje. sa o roma, babo babo, eeee...
Erdelezi, erdelezi.
Sa o roma daje..."




quinta-feira, 17 de abril de 2014

cercado


A Paisagem do desenhador.

Eu julgava ter sido claro. Perguntei mesmo se me estava a explicar bem, e ela disse que sim. 
Disse-lhe que eu não era um desenhador de paisagens. 
Claro que poderia ter-lhe feito a planta rigorosa do local: como um dédalo tomado do alto por um vôo suspenso de falcão.
Mas não, o que ela queria era uma paisagem. Para emoldurar e pendurar na parede como essas que se vêem nos museus.

O que ela queria era uma peça artística, um contributo pessoal. A minha visão sobre aquele ponto de vista.
Quando lhe levei o desenho ficou imóvel de espanto e depois mergulhou numa prostração como se nada mais valêsse a pena. 
No meu desenho o ambiente era-lhe familiar mas não era aquela a paisagem que guardara na memória, pela primeira vez via o que lhe disseram existir sem ela ter reparado, mas também o que se recusara sempre a encarar. O que a traumatizava não era o que se tinha alterado mas sim o que sempre lá estivera e lá continuava. Pior do que isso era eu ter desenhado a paisagem sem essa cegueira protectora, sem essa transplantação de alma que permite a existência quotidiana sem culpa nem remorso.

terça-feira, 15 de abril de 2014

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Notívago


Trabalhava de noite.
Não era um tipo alegre.
Infelizmente vivia num quarto sombrio.
Quando saía à rua, nos dias grandes, com o Sol
alvoreciam-lhe os olhos
animais...
e famintos.
Com a noite refugiava-se.
A alegria perdida,
o cansaço sem esperança...
Morreu de noite a dormir.


-homem no duche vendo estrêlas-


domingo, 13 de abril de 2014

Naquele tempo a fruta que se comia provinha das tecas que se conseguia comprar. Tal como hoje o dinheiro não chegava para mais.

Cirurgicamente a faca extirpava num cone toda a podridão. Porém a severidade do corte deixava por vezes uma invisível auréola mal gostosa. Mas acontecia, era assim. A teca(1) de fruta tinha a vantagem de trazer misturadas vários frutos diferentes, inclusivamente os mais temporãos que não podíamos comprar. Quando veio o frigorífico passou a poder-se fazer salada de frutas com tudo aquilo e guardá-la de um dia para o outro.

 (1) teca -Caixa de fruta misturada com diversas qualidades e tamanhos, tocada, com manchas, e em apodrecimento que era vendida por um preço baixo.


 

Depois falamos...

Despedi-me também.
-Depois falamos!

Palavras.

Diz-me uma outra palavra.




sexta-feira, 11 de abril de 2014

As senhoras dos gatos.



Passaram por aqui as senhoras amigas dos animais.
 Levaram a gata madrepérola para esterilizar.
Desde que cá vêm a maioria das gatas ganhou uma castração. Vêem-se cada vez menos gatos atropelados ou envenenados pelos herbicidas que usam para secar as ervas dos passeios onde não passa ninguém. Já tinha sido assim com os cães.
Com tal espírito missionário acredito que estará para breve o início da piedosa campanha de controlo de natalidade dos ratos? 




...Que legal cara! Deixa eu pilotar... e onde é que puxa o gatilho?... Esse negócio mata gente p'ra valer? ..Como é mesmo o nome do aviãozinho?


domingo, 6 de abril de 2014

O gongo




Martela o gongo se não sentes o OM


Se te assusta o trovão, ao gongo joga o gamaleão.

sexta-feira, 4 de abril de 2014

nozes e dentes

"Deus dá nozes a quem não tem dentes."





















Ai sim estúpido?!... e as pedras? Achas que  foi para servirem de palito?.. 



quinta-feira, 3 de abril de 2014

A propósito de banqueiros, de quadros de Miró e do referendo que impediram que a Catalunha votásse para determinar sobre a sua independência apetece dizer, como diz o Pi de La Serra "Se os filhos da puta voassem não veríamos mais o Sol"





Si algú se sent al ludit
i té ales, que no voli!
El refrany que cantaré
és adagi de carrer,
ja me'l deien al bressol

Si els fills de puta volessin
no veuríem mai el sol.

Potser. ens ajupin sovint 
no es per hàbit ni caprici
Que es per esquivar el calbot,
i esperar el moment propici  
an si es vol com si no es vol 

Si els fills de puta volessin
no veuríem mai el sol.

Al camp la fruita es podreix,
hi ha massa intermediaris.
"No hi ha planificació",
això diuen els diaris,
i així ho resa el camperol.

Si els fills de puta volessin
no veuríem mai el sol.

A Suïssa han ingressat,
milers de milions a cabassos.
Després diuen que és l'obrer,
el culpable dels fracassos
i la manca de control.

Si els fills de puta volessin
no veuríem mai el sol.

A ciutat anem de cul,
ningú s'aclareix tot falla.
Ja no podem respirar,
tothom més o menys la balla,
de l'agost fins al juliol

Si els fills de puta volessin
no veuríem mai el sol.

Surten al carrer, estan
cansats de falses promeses.
Sona un tret, com un fuet,
i cau mort, les mans esteses,
deixa dona, fill i dol.

Si els fills de puta volessin
no veuríem mai el sol.

Heu d'oblidar, si podeu,
aquests 40 anys de Glòria.
A mi no em preocupa gens,
perquè tinc mala memòria
i el cap dur com un pinyol.

Si els fills de puta volessin
no veuríem mai el sol.

La unitat no té destí,
l'univers no és cap llimona.
Tinc un passaport que diu:
"ha nascut a Barcelona
i per tant es espanyol".

Si els fills de puta volessin
no veuríem mai el sol.

Jo cada cop veig més clar,
que el poble diu el que pensa.
Hem après aquest proverbi,
i amb mútua complaença
cantem com un home sol.

Si els fills de puta volessin
no veuríem mai el sol.

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Desmentido: COELHO NÃO ESTÁ DOENTE!

Cumpre-nos informar que a notícia publicada ontem, aqui neste espaço, acerca do Coelho estar doente, é falsa!
Tratou-se de uma brincadeira dentro do melhor espírito do Dia-das-mentiras. 
Com efeito, uma observação mais atenta do desenho denunciava logo a nossa brincadeira, pois obviamente aquele olhar não é o de quem está doente, nem mesmo com mixomatose, aquele olhar do Coelho é de quem está alucinado, de quem é alucinado.
A alucinação não é doença é sintoma ou efeito secundário.