segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Oh! Cortáste a estrêla!

4 comentários:

Lilazdavioleta disse...

Luis ,
pois cortaste :)
Mas ela já não está complecta , pois não?
Mas é uma beleza , todo este conjunto.
Temos coisas tão bonitas , felizmente . Se assim ñ fosse ... já me tinha " passado " .

Maria

Lilazdavioleta disse...

Reparando melhor , as flores da primeira foto têm um tom azulado .
É a mesma coluna ? ( chamei coluna , mas tem outro nome ,
não ? )

Maria

Luis Filipe Gomes disse...

Maria,
para mim é uma coluna. Poder-se-á chamar memorial em forma de obelisco.
A forma fálica tem a vantagem de aliar uma simbologia do imaginário colectivo cuja representação física remonta aos ménires e aos totems com a finalidade de ser fácilmente visível de longe.
Esta coluna está em Vila Nova de Oliveirinha que fica entre Tábua e Oliveira do Hospital. Está exactamente no centro de um jardim de homenagem aos benfeitores da terra. Tem vários nomes gravados com uma data associada. Imagino que a data remonte à benfeitoria. É uma forma de ex-voto ainda que não seja dedicada a um santo. As datas são dos primeiros anos do séc.XX. Coincidem com o retorno de portugueses que fizeram fortuna no Brasil. Com o dinheiro não terá vindo só a vontade de construir uma casa que fizesse sombra à
do fidalgo rico da terra. Eu julgo que vieram também ideias novas e vontades de mudança social. A estrêla é um simbolo maçónico (mas também socialista), quando está em destaque como esta, anuncia um novo dia, uma nova era. Está orientada para nascente. Apoia-se numa pirâmide (símbolo maçónico) está rodeada por turbilhões de fogo símbolo de criação e revolução.
Num dos topos do jardim onde está a coluna, fica a igreja e a casa que tem a pintura a fresco da outra postagem. Parece-me ser uma resposta de um rico instalado ao novo-rico acabado de chegar. Aquele jardim é uma espécie campo de batalha entre poderes instituídos com outros que os desafiam. Oposto ao lado em que está a casa da coluna a fresco e da igreja está o painel com o S. Sebastião símbolo de sacrifício e martírio curiosamente muito querido no Brasil entre Negros e imigrantes pobres. Desse lado fica a estrada que atravessa a aldeia (Vila) e em edifícios contíguos o antigo quartel de bombeiros, a antiga escola, a junta de freguesia e a farmácia.
Trouxe os nomes dos benfeitores para pesquisar e fundamentar esta minha especulação. Não que isso seja importante. Eu não sou um académico. As minhas intuições e especulações fazem com que alguns achem que sou bruxo. Em termos de linguagem televisiva eu sou só um "popular" com genuína curiosidade e interesse pela observação e compreensão do que me rodeia. Só assim, tal como tu dizes, me posso compreender.
Luís

Catarina Garcia disse...

Sempre muitas informações interessantes para aprender por aqui!

Já agora, acabei por não concorrer por ter muita coisa para fazer antes do prazo e ir a Beja entregar os trabalhos também foi incompatível. De qualquer modo muito obrigada pela info, sou capaz de concorrer agr à Bienal de Coruche se tudo correr bem!