terça-feira, 9 de agosto de 2011

Cecil Taylor passou aqui por Lisboa.

Dizem que é um erudito, que estudou tudo da dita música erudita ocidental. Dizem que perpassa por ele Scriabin, Bartok, Boulez, ...embora eu não pense que isso seja um elogio. O piano é bem um instrumento de percussão ainda que nunca se pense nisso quando os dedos deslizam rápido no teclado. Ele fez questão de afirmar que pensa no piano como 88 tambores afinados. Gosta de tocar no Bösendorfer Imperial que para muitos pianistas é o melhor piano do mundo
 e tem mais 9 teclas num total de 97.
É um artista completo, compõe poesia como compõe música pinta como compõe, conheceu Miró e releva isso como um dos afortunados períodos da sua vida. Não lamenta os anos em que teve várias ocupações para sobreviver entre as quais a de motorista de táxi em Nova York. Pensando nisso alguma da sua música é como que o fluir do tráfego de uma grande cidade cheia de gente que regressa a casa após um dia de trabalho duro e mal pago. Os clarões dos reclames de néon e os relâmpagos da tempestade de uma noite de inverno estão lá. Outras vezes só o espaço da Natureza vasta e sem explicação à qual se deve respeito e reverência. Dizem que se sente orgulhoso da sua ancestralidade nativa de origem Cherokee e Kiowa, uma herança que foi maldita como a sua música também foi.
Tudo isto deveria ser contado a nós e a outros futuros por isso diz que está a pensar arranjar alguém que o possa ouvir contar tudo o que ainda não sabemos. Fico à espera.

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