A Arte Bruta termo sugerido
por Dubuffet era a maneira de referir a característica artística
intrínseca de um objecto construído por alguém independentemente da sua origem
regional, cultural. Da sua educação religiosa; da sua literacia, da sua
instrução escolar, da sua perícia técnica. Da sua origem social, da sua
idade, do seu gosto estético, do seu estado de saúde, e mesmo do reconhecimento
alheio.
Tais materializações construídas por
pessoas alheias ao meio artístico aceite como tal, são reconhecidas, e é
assumido que têm um valor artístico. São por isso Arte em Bruto.
Arte que pode amadurecer com o tempo, ou
que pode ter de esperar que o tempo permita que seja o público a amadurecer para
aceitá-la como tal.
A arte que chega aos museus ainda que pudesse tocar em alguns destes aspectos marginais, tem agora um alfobre muito maior onde recolher os exemplares que escolhe para valorizar.
Assim espécimes recolhidos em ambientes arqueológicos e antropológicos podem ser postos ao lado de outros seleccionados pelas suas características etnológicas. O religioso e o pagão misturam-se e caminham a par com a concepção ingénua e a especialização mais erudita. Mais do que isso a arte dos reclusos, dos místicos e dos "loucos" chega à ribalta, ao MERCADO.
A arte é uma espécie de Babilónia em que é
necessário tempo para o diálogo. Em tal terra a língua franca que parece
possibilitar a comunicação, pode criar grandes equívocos. Como o da psicóloga
que pediu à mulher que nunca tinha ído à escola para colocar as horas numa
circunferência impressa numa folha de papel.
A arte em bruto é tomada pelos brutos da arte. A Arte em Bruto passa a ser a arte dos brutos, não dos que a fazem mas dos que a detêm, como de resto é a Arte ungida como tal.
1 comentário:
Não. Porque ele não deixa. Anda sempre a fugir.
Enviar um comentário