quinta-feira, 22 de outubro de 2015
A morte a distância.
Inocentes como crianças,
teclam escolhas,
fixam alvos...
Como num jogo de vídeo...
Cândidos Tele-Homicidas
conduzidos por preceptores letais
realizam a maravilha
de matar a distância
Executam com eficácia tecnológica
matar é sempre bem e de forma limpa...
a longa distância.
Ó Sofisticados meninos de ouro
que causam a morte sem mal.
Na Antiguidade ficou a ruína
guerreira e brutal:
A morte corpo a corpo,
cara a cara.
O sicário que mata a curta distância
pinto de sangue, escorrendo urina,
gemendo desespero,
fedendo...
é horrendo!
É a desumanidade surda,
na sua fealdade real
pode ser cinematográfico,
mas não é cinemático...
nem isento de "burnout".
Como são belos os guerreiros virtuais!
Sofisticados subtis e brilhantes,
iluminados por consolas fractais,
semideuses de unhas polidas
uniformes engomados
em olimpos climatizados
aromatizados com fragrâncias naturais.
Oxalá sua vigília nos guarde o sono
de deuses infernais
Seus ágeis dedos nos livrem
da mira dos mentores
que na confusão de sonhos
ou na certeza da decisão
nos tomem por alvos banais,
e soframos na carne o pesadelo
dos danos colaterais
(continua)
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1 comentário:
Tempos tristes, estes, Luís!
Beijinhos.
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