O mestre Pedro tem umas mãos belíssimas. É um homem alto e forte, é ele em todos os desenhos. Os calos que tem nas mãos devem-se ao calor e ao trabalho com a cana. Contou que nem todos os vidreiros têm as mãos calejadas como as suas, apenas os vidreiros que transportam grandes cargas com a cana ganham esses calos. Disse que esteve dois meses parado devido a uma operação num pé, os dois meses não foram suficientes para perder os calos das mãos. Diz que se colocar creme mas mãos no outro dia não consegue trabalhar com a cana que resvala. Restam cada vez menos pessoas como o mestre Pedro. Na Marinha Grande antigamente cada fábrica tinha dezenas de mestres agora cada uma tem dois ou três. Por um lado a vida dura desses homens não se replica para os filhos, por outro lado o vidro é considerado descartável: qualquer bebida que ainda seja engarrafada em vidro tem como destino o vidrão. Prefere-se a reciclagem em vez da reutilização. Pagamos nós isso, mas não é para o vidreiro que vai o dinheiro. Estes vidreiros ganham pouco mais do que o salário mínimo. Ganham o mesmo há 16 anos.
4 comentários:
Tão bonita, esta série sobre o vidro, Luís!
Beijinhos :)
O mestre Pedro tem uma bela mão .
Alegra-me que gostes Maria Eu!
O mestre Pedro tem umas mãos belíssimas. É um homem alto e forte, é ele em todos os desenhos. Os calos que tem nas mãos devem-se ao calor e ao trabalho com a cana. Contou que nem todos os vidreiros têm as mãos calejadas como as suas, apenas os vidreiros que transportam grandes cargas com a cana ganham esses calos. Disse que esteve dois meses parado devido a uma operação num pé, os dois meses não foram suficientes para perder os calos das mãos. Diz que se colocar creme mas mãos no outro dia não consegue trabalhar com a cana que resvala. Restam cada vez menos pessoas como o mestre Pedro. Na Marinha Grande antigamente cada fábrica tinha dezenas de mestres agora cada uma tem dois ou três. Por um lado a vida dura desses homens não se replica para os filhos, por outro lado o vidro é considerado descartável: qualquer bebida que ainda seja engarrafada em vidro tem como destino o vidrão. Prefere-se a reciclagem em vez da reutilização. Pagamos nós isso, mas não é para o vidreiro que vai o dinheiro. Estes vidreiros ganham pouco mais do que o salário mínimo. Ganham o mesmo há 16 anos.
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