Não sei porque deixei o jogo do berlinde. Lembro-me que de um dia para o outro deixei de jogar e foi tudo. Entreguei os berlindes que tinha a miúdos mais pequenos que não tinham nenhum ou que só tinham bilas de plástico, daqueles que traziam um chupa-chupa de pasta de açúcar branco, listado de cores vivas, no espêto do gito.
Os meus berlindes também já eram um acumular de heranças de outros rapazes mais velhos alguns deles que nem sequer conheci:
Os berlindes do filho da Prima Zulmira que foi para o Canadá e que eu só vi uma vez já homem casado quando passou por Lisboa para ver os pais.
Os berlindes do António César da D. Adelaide, vizinha do 12.
Os berlindes dos sobrinhos da Jigi que eram abastados e viajavam pelo estrangeiro e tinham alguns enormes que pareciam planetas ou estrêlas e faziam abafadores como mais ninguém tinha...
Tantos jogos se podiam fazer com os berlindes. E tantas outras coisas: as jóias da coroa do rei mouro; as pedras preciosas do tesouro enterrado dos piratas; os sistemas solares para lá de Krypton...
Li que havia um Museu de Música Mecânica no Pinhal Novo, em Palmela. Aqui fica a Máquina de Berlindes de Wintergatan como sugestão para o novo museu.
1 comentário:
São pérolas meu amigo
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