terça-feira, 14 de maio de 2019

Joly, sempre Joly Braga Santos!

Devo ter dito e até escrito isto várias vezes.
Um dia ouvi na telefonia uma orquestra jorrar torrencialmente uma música delicada que eu nunca tinha ouvido.
Após alguns minutos senti e pensei: Isto é música portuguesa!
Esta percepção tão nítida de pertença, provocou-me a sensação estranha e mágica da ligação de algo tão subjectivo como é uma identidade nacional, através de algo tão abstracto como a música e causou-me uma expectativa que após alguns minutos se confirmou. Havia um coro que cantava em português. No final a locução do radialista anunciou que tínhamos escutado a Quarta Sinfonia de Joly Braga Santos. Então senti uma empatia e uma perplexidade. Algo há numa imagem que nos pode dizer se é uma montanha, uma linha de costa, ou um lago; se é esta ou aquela cidade... mas numa melodia que se gera e evolui e se transforma noutra e noutra ainda numa harmonia sem cliché nem refrão conhecido, sem trompas nem trombetas, sem castanholas nem pandeiretas?... Como se pode captar o sentimento de uma Nação e exprimi-lo assim de forma tão inteligivelmente bela. Foi assim que nasceu o fascínio por Joly Braga Santos do qual hoje se comemora o aniversário de nascimento.
Fica aqui o exaltante e comovente coro final do último andamento desta Quarta Sinfonia.
Orquestra Sinfónica da Rádio Romena dirigida pelo Maestro Silva Pereira em 1978




1 comentário:

Justine disse...

As tuas palavras são tão eloquentes como a sinfornia