quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

No outro dia estive a desenhar como quem improvisa.



O desenho foi programático. Tinha um tema de fundo a partir do qual eu podia improvisar:
 A VIOLÊNCIA. 
O tempo era curto entre as 14 e as 19 horas. 
Vim a saber que às 14 era ainda muito cedo, só às 14:30. 



Até às 14:30 foi o tempo que levei para dispor as minhas ferramentas de riscar e arriscar. O meu dispositivo de acção e exposição. 



Levei livros. Os meus desenhos quando não partem de uma narrativa interna têm sempre bibliografia. De qualquer maneira são sempre feitos a partir do interior e mesmo a reprodução a partir do olhar passa pelo filtro interno. 
Tenho uma "câmara clara", tenho os mecanismos "digitais" da cibernética actual mas não é essa dissimulação de retratar a dita realidade de forma fidedigna, como se a realidade fôsse algo que existisse verdadeiramente, que me interessa. 

Então desenhei. 
Às 18 horas estava tudo terminado.
Os desenhos estavam disponíveis. Podiam ser levados por quem os quisesse levar. Sem custos nem transtorno, porque apesar de levar folhas grandes optei por folhas A4 de papel bom. Mais fácilmente transportáveis claro! 
Levei uma pasta com desenhos que fui anteriormente publicando aqui no Blogue e informei que o papel era mais fraco, papel de 80 gramas em vez do Canson de 200 gramas. Apesar de os desenhos serem melhores na minha perspectiva, assim que eu dizia que o papel era mais fraco os interessados mudavam a sua escolha. A Arte Povera ali não teve adeptos pelo menos no que diz respeito ao suporte em que eu apresentei a minha pobre arte.
E por ser assim pobre muitos houve que não se interessaram em levar algum desenho ainda que o fizessem como memento, como souvenir, recordação daquele dia mesmo que o fizessem sem interesse ou apreço artístico pelo desenhador.

Por isso venho deixar aqui esses restos de colecção dos desenhos executados a 30 de Novembro, anos passados sobre a partida de Fernando Pessoa deste mundo.



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