Já soube o que era nefelibata
não me
recordo agora o que é
Ando cabisbaixo
e respiro mal
Comprei um
almoço salgado
que comi com
ansiedade faminta
ainda não
parei de beber água
Não sinto a alegria solarenga
deste Novembro de castanhas e vinho
cabeça pesada
apesar faltar o vinho
na
sofreguidão do almoço,
tonto como
se tivesse rodopiado
até a queda procurar
o amparo do chão
e o repouso
dos que se atiram
A
sensibilidade é uma deficiência
é a
fragilidade que impede a alegria
esta noite dormi
para lá da insónia,
bebi o café
matutino,
não comi queijo
da ilha nem chocolate,
o almoço não
estava picante,
tenho taquicardia!
dá-me para
escrever
se
conseguisse cantar o que escrevo
seria poesia
assim é poisia
porque poiso
à janela
cabisbaixo enquanto
olho
o pontapear
do neto do Esteves
no terraço do
prédio ao lado
a bola
contra o muro
ora o lado
do cão verde
ora o lado do
jóquei
o golo a
cabeça sonhando
o aplauso
soando
o corpo golo
suando
até uma mão
na nuca me parar
e impedir
olhar a multidão
a ovação lá
no alto
“a vizinha
de baixo queixou-se novamente
do barulho
da correria”
no corredor para
lá e para cá
atrás da
bola e do golo
Olho as
núvens, o neto do Esteves parou
Não ouço o
ribombar da bola no muro
Bebo mais um
gole de água.
Penso em pontuação
e em erros
de ortografia.
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