sexta-feira, 8 de janeiro de 2010
A garça,a raposa e as papas.
Passava a raposa junto à casa da garça quando ao seu apurado nariz lhe chegou um maravilhoso cheiro a cereais com caramelo. -Que cheirinho a papas de aveia. Um pratinho de papas caramelizadas como estas e acabavam-se as penas. As penas e as galinhas! -A garça que não era galinha mas também tinha penas ouvindo este desabafo da raposa ficou sensibilizada e decidiu convidar a raposa para comer papas. Porém sabendo da falta de modéstia e da matreirice da raposa não resistiu a pregar-lhe uma partida: Atrás da porta gradeada do seu quintal ofereceu à raposa uma bela almotolia cheia de papas. A raposa andou em volta do recipiente mas não conseguiu meter a língua ou o dente no estreito orifício do gargalo. Bem chupou o bico mas as papas estavam espêssas e não houve maneira de por lá correrem. Acabou por desistir, e a sua gula insatisfeita, transformou-se em fome. Orgulhosa, e não querendo pedir o que quer que fôsse a alguém a raposa interpelou a garça: -Amanhã sou eu a oferecer o almoço e não aceito uma recusa como resposta! -A insistência da raposa não teria qualquer efeito na garça, mas a curiosidade em saber como retribuiria ela a sua partida levou-a a aceitar o convite.
No outro dia a garça lá compareceu pousando num ramo bem alto da árvore sob a qual a raposa tinha uma toca. -Bem vinda amiga garça tomei a liberdade de lhe preparar umas papas de milho torrado. Deixei-as ali num prato a arrefecer bem no meio do descampado para minha amiga estar á vontade sem ninguém por perto a incomodar. -Era verdade. No meio do campo verdejante, um grande prato de papas de milho com couves cortadas em tiras fininhas, fumegavam aromatizando o ar. A garça voou para lá e tentou comer, mas o seu bico longo e fino tão adequado a entrar em gargalos de almotolias e outros buracos fundos, não funcionava numa superfície plana. O prato raso, sem qualquer concavidade, impedia-a de apanhar quantidade que a alimentasse. Experimentou pôr de lado o seu bico mas sem sucesso, não conseguia comer nada. Para não ficar mais tempo exposta esvoaçou de volta para a árvore. -Então não gostou? Não come mais? -Perguntou a raposa trocista. -Eu como pouco amiga raposa e qualquer pedacinho me deixa cheia. -Respondeu a garça. -Temos de almoçar mais vezes mas da próxima vez a amiga raposa leva o seu prato, e quando me convidar eu trago a minha almotolia. -Está combinado disse a raposa.
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1 comentário:
HÁ aqui muito a aprender .
Maria
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