segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Bofetada




























Deixar o vento ondular
os prados verdes e não ousar
neles fugir até ao cansaço.


A menina da franja
trouxe a desesperança
de um caderno ratado
dois lápis curtos sem cor
e sem brandura
" Risca aí até ires embora."
" Não quero cá choramingas! "



Senti o estrangulamento do braço
a orelha a tinir e o ouvido zumbindo
A manápula faíscava ainda 
o estalo sêco 
com que ateara todo aquele ardor
uma queimadura crescente
invadia a face
a surpresa e a incompreensão
" Quem te mandou riscar o caderno? "
" Que lindo serviço!? "
 

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