segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Os populares? Não senhores jornalistas!



Levam o tempo todo a aculturar, a alienar, a nivelar por baixo, a interromper a informação para ligar à conferência de imprensa do treinador de futebol, a abrir o noticiário com a lesão deste ou o golo do outro. Dirigem-se aos telespectadores tratando-os por “você” e depois referem-se aos concidadãos como sendo “os populares”. O termo parece inócuo mas não é!

Altaneiros e arrogantes, como titulares de alguma elite aristocrática, interrompendo quem se alimenta, importunando quem descansa, na essência são os arautos da conformidade e da conformação. São os colaboradores do conformismo e realmente fazem a notícia, acicatam, pedem cabeças, mas não formam nem informam.

Os populares não!
O povo, sim! Os vizinhos, sim! A população, sim! Os fregueses, os munícipes, os cidadãos, os voluntários sim! Sim! Sim, os que ajudam, os que auxiliam, os que cooperam, os que não são indiferentes, nem se alheiam.
Mas nem todos os jornalistas são maus, nem todos desejam bom dia a quem viu a casa arder, ou acabam de sorriso nos lábios após relatarem acrescido número na fatalidade dos incêndios. Há jornalistas que observam e descrevem o que vêem e fazem uma pergunta como esta que eu ouvi: “Como é possível uma zona industrial não ter instalado bocas-de-incêndio para que se possam usar no combate ao fogo?”






2 comentários:

Lilazdavioleta disse...

Falta - lhes sensibilidade e saber .

Luis Filipe Gomes disse...

Mas não só. Nessa linguagem há uma deliberação. Não chamam populares aos que saúdam o senhor presidente, nem aos que assistem aos jogadores de futebol a entrar para o autocarro. É idêntico ao que fizeram com a palavra trabalhador. Os trabalhadores passaram todos a colaboradores.