terça-feira, 2 de abril de 2019

Pelouro - eram esferas de pedra que disparadas por canhões chamados pedreiros, no século XV conseguiam furar o casco de um navio a duas milhas de distância.
































Reprodução quase integral de uma pinturinha em tinta acrílica  com dimensões de 27x35 cm feita e exposta noano 2000.



Nos rios que descem da Serra da Estrêla encontram-se muitos calhaus rolados graníticos. 
Alguns perfeitamente esféricos.
Apanhei exemplares destas esferas de pedra em Avô, Oliveira do Hospital, antes da fúria betoneira ter arrasado a vegetação e cimentado as margens do Rio Alva.
É certo que em Avô existe uma fortaleza que vigia o Rio Alva e a pequena ribeira que nele desagua e que agora se chama Ribeira de Pomares. Essa fortaleza com certeza deve ter tido canhões-pedreiros. Não me dei ao trabalho de pesar as pedras e as calibrar para ver essa possibilidade. Não conheço se houve disparos desse tipo de artilharia em Avô. O séc. XV e XVI parecem ter sido pacíficos ou pelo menos até nós não chegou nota de batalhas de artilharia. Mas sei que há uma estrada romana que desce até ao Rio Alva e serve o Castelo. Há indicação de mineração de ouro no rio Alva na época romana e julga-se que teria havido ali um castro anteriormente.
Sei também que as catapultas e os onagros romanos tinham versões ligeiras manobradas por dois ou três artilheiros que lançavam com precisão pelouros de uma ou duas libras pedras como as que recolhi no Rio Alva e me serviram de modelo para a pintura. Não digo que as minhas pedras foram pelouros, mas lá que o podiam ter sido isso podiam.

2 comentários:

Justine disse...

Muita informação interessante, e a reprodução da tua "pinturinha" é uma belíssima explosão e cor!

Luis Filipe Gomes disse...

OBRIGADO JUSTINE!