sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

Adio os dias.

 









Adio os dias.

Separadamente vivo

decepando instantes.

Não sei da impossibilidade.

Quero não sentir o fogo invisível

que me queima a cabeça

como o fogo de árvores antigas,

carbonizando talhadas

numa pira ritual,

lenta e sufocante.

 

Na minha cabeça febril

desenho bem melhor

do que a minha mão sabe.

Assim é feita a vigília

e é por ela que vou só

sabendo nada

e adiando os dias.





1 comentário:

Justine disse...

É triste, adiar os dias! Mas os desenhos saem bem das tuas mãos!