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Actualmente a definição das características julgadas necessárias para a identificação de um artista que encarne o espírito da contemporaneidade, o "zeitgeist", é a de alguém dinâmico, cheio de vitalidade; de alguma maneira nómada; produzindo num e noutro país, fazendo análise das diversidades culturais; construindo pontes de intercâmbio; desenvolvendo linguagens, estabelecendo uma rede em que as singularidades são sintetizadas numa escala global que permanentemente se reinventa.
Esta identificação ajusta-se na perfeição ao Fernando d'F. Pereira! Porém o seu cosmopolitismo não é hipócrita, não se envergonhou da sua raíz, nem a pretendeu imposta triunfalmente.
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Nunca vi pintura tão festiva e exultante. Não sei de outra que tanto me faça reencontrar com procissões e arraiais, com cenas de grande palco ou de alcôva, com desfiles carnavalescos ou com cortejos fúnebres. Os terreiros bem como arenas de toda a espécie estão lá: os mercados, as assembleias, os palanquins, as tribunas tal como os circos, os anfiteatros, e as jaulas. As mesmas cores já antes apropriadas por Amadeu de Sousa Cardoso, por Maria Helena Vieira da Silva ou por Paula Rêgo quando não é soturna, brilham de forma sublime na pintura de Fernando d'F. Pereira.
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A celebração trágico cómica de seres fantásticos e apoteóticos acorda-nos vibrantemente para a Vida e apela à nossa capacidade de concentração no que é importante por ser fundamental e duradouro. A parte melhor de todos e de cada um.
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A técnica de Fernando d'F. Pereira exige um virtuosismo e uma capacidade de antevisão que não se compadece com exitações ou correcções, é pintura e colagem sobre plexiglass e é feita por um processo em que as camadas se sobrepôem inversamente à pintura tradicional em que a última camada pintada é a que se vê primeiro. Aqui a primeira camada pintada é a que se vê primeiro no vidro.
Muito poderia ser dito, mas o melhor é cada um ajuizar por si. Digo apenas:
É obrigatório ir ver a exposição na Galeria do MAC - Movimento de Arte Contemporânea, que fica na Rua do Sol ao Rato, nº9 c em Lisboa.
Talvez ainda haja alguma obra para comprar.
1 comentário:
obrigada pela proposta cultural.
aí vou eu!
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