Código de Barras do que supostamente
é feito em Portugal. Ou: O que é que damos a ganhar aos outros quando ficamos nós com a tara perdida deles?
Um tipo que
beba de vez em quando umas cervejas não pode dizer que percebe de cerveja e
muito menos mandar palpites sobre rótulos, denominação de origem, mercação,
finanças, gestão, economia e o diabo a sete como eu vou agora fazer. Mas talvez
contagiado por esta sociedade da informação de assessores de imprensa e politólogos
consultores e espertos de toda a espécie ou pela baixeza do grau alcoólico da
cerveja que me levou ao despreocupado consumo em quantidade da mesma, passo a
reflectir:
Então se para
os produtos que eram feitos em Portugal havia um indesmentível prefixo no código
de barras o 560 porque raio tenho eu uma garrafa de cerveja
produzida e embalada em Valência da Espanha que tem o código de Portugal?
Tá bem que
eu até percebo que vendam bananas da Madeira em caixas de cartão fabricadas nas
Canárias; na verdade as bananas trazem um pequeno autocolante a dizer Madeira e
toda a gente sabe que nas Canárias não há bananas só há plátanos (1). Também percebo que importem malaguetas do Quénia ou alhos da China e os
coloquem num saquinho com uma etiqueta a dizer que foram produzidos em Portugal
por um importador qualquer da região Oeste. De facto a pesagem e o saquinho
para a venda a retalho é que são de cá. Gradualmente na região Oeste, ocupando
solos férteis de cultivo em vez de hortaliças, cereais e fruta, foram nascendo
e crescendo barracões, pavilhões, entrepostos, zonas industriais, que se
dedicam ao import/export. Mas aldrabarem-me esse último reduto do ser português produzido em Portugal que era o Código de Barras 560 ???....
Mas também do que é que eu estava à espera?
Se em
Portugal quando um político que fazia de politólogo nos debates informativos
das televisões consegue chegar a gestor de fábrica de cervejas tendo ficado
célebre por fechar as fábricas de cerveja do Algarve para as cervejas poderem
vir de camião do norte, quando este político consegue chegar a ministro da
economia, então a verdade é que há mais gente a beber outros álcoois sem a baixeza
do álcool da cerveja mas antes pelo contrário, álcoois com elevado grau; produzidos
sabe-se lá onde e com o código de barras 560.
(1)Por razões que desconheço parece que os vizinhos espanhóis chamam bananas às bananas de todo o mundo e chamam plátanos às bananas que produzem nas Ilhas Canárias. Deve ser como chamar vinho do Porto ao vinho que é produzido nas margens portuguesas do Rio Douro. Não uma DOC (Denominação de Origem Controlada) mas uma DOC (Denominação de Ordem Comercial) ou seja o import/export o "hip, hip, urra! vai acima e bota abaixo!"
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