Na morte de Herberto Helder
Do sossêgo das
tempestades dizem os peixes
e não os náufragos.
Das alamedas de
grandes plátanos dizem as crianças
que por lá passavam
na aprendizagem de laranjais
amargos e ciprestes.
Verdes todos eles e perenes
como se o tempo das
tardes mornas sempre ficásse
e a mãe viesse contar uma história.
Ao lanche com uma caneca
de chá e uma
fatia de pão com
geleia.
Adoeceram as alamedas
e as azinhagas
foram tiradas a
dinamite e a lagartas de aço.
Betonaram o chão,
encanaram o rio
e os prodigiosos
rouxinóis calaram-se
como se imaginários
tivessem sido.
24 de Março
de 2015
Sem comentários:
Enviar um comentário