Sein und Zeit foi publicado em 1927. É um livro difícil seja em Alemão ou em Português. Esta é uma edição Bilingue e um caso único na tradução do texto original. Leio Heidegger como um pugilista; de punhos erguidos, fechando a guarda, esquivando, evitando o impacto, querendo bloquear o golpe, procurando uma brecha para atacar. Aceitei o desafio de ler Heidegger por causa de George Steiner. Menos por causa de Hannah Arendt.
Heidegger desagrada-me como uma partitura de música que não sei ler. Quando soa a música da partitura inspiram-me algumas notas enquanto outras me causam estranheza, enfado e mesmo repulsa. Tal como não sei explicar porque não gosto de Schuman ou de Brahms, não sei explicar porque não gosto de Heidegger e os motivos que me ocorrem devem-se mais às suas opções éticas, políticas e sociais do que à sua complexa linguagem metafísica.
Sobre Fausto Castilho que desde 1949 trabalhou na tradução e organização desta especialíssima edição saída em 2012 da qual exponho a reimpressão de 2020 destaco a dedicação, o trabalho persistente, apurado e pioneiro. Fausto Castilho faleceu em 2015.
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