quarta-feira, 23 de julho de 2014

David

Cresceu muito, para lá do que é normal. Continua a lançar pedras. Não respeita os vizinhos. Leva-lhes a morte quando descansam. Tornou-se no monstro e fez-se à semelhança do mercenário que um dia derrubou.


2 comentários:

Lilazdavioleta disse...

Mas a sua expressão , extraordinária , ainda de menino , diz - nos ...
_ não sei ... ser bom ou mau ? _

Luis Filipe Gomes disse...

David é uma figura simbólica que sendo inicialmente associada a um povo extravasou as fronteiras culturais da sua origem e se tornou num arquétipo transnacional precisamente pelo poder subjacente à ética da narrativa do seu comportamento.
Simultâneamente David foi a imagem simbólica que um estado adoptou para si quando decidiu fazer uma comparação com as nações e estados vizinhos aos quais se impôs.
Ainda que isso tenha sido verdade em determinado momento histórico, hoje já não é assim.

Pior que isto é haver indícios de que a história se está repetindo. Nessa repetição os descendentes das vítimas de ontem parecerem terem-se tornado carrascos idênticos aos dos seus antepassados. Assombrosamente idênticos até nas atitudes e nos métodos.