terça-feira, 29 de julho de 2014

Os aldrabões surrupiadores que se fazem passar por artistas.




Não deixa de ser curioso, mas conta-se que após o 25 de Abril de 1974, acabada a censura, os autores de teatro de revista que nada tinham para dizer e que viviam da insinuação da sua própria falta de liberdade de expressão e da cumplicidade que buscavam nos espectadores pelo muito que os obrigavam a calar; uma vez acabado o “lápis azul” e não havendo retaliação, ou qualquer represália, conta-se que perderam a inspiração. Os que supostamente muito tinham para dizer caíram no marasmo criativo, afinal, tirando o jogo do subentendido em que cada um entende o que quer segundo as suas possibilidades, nada tinham a acrescentar. Esses autores adoptaram então o óbvio, o vernáculo mais grosseiro devido a sua incapacidade de criar algo novo.

O palavrão que antes era interdito e que agarrava o público com risos de euforia catártica pelo simples pronunciar do m no vai à m... Passou a ser comum, já ninguém se espantava nem com o m de vai à m... Nem com a merda, toda ela. Os mais ousados anarquistas da época até criaram um jornal com esse nome.

Assim é com muitos autores em outras artes que limitados pela sua incapacidade de originalidade se dedicam a copiar o trabalho dos autores verdadeiramente criadores. 


A falta de autenticidade desses autores torna-os literais pois nada acrescentam de seu. A sua incapacidade de reflexão faz com que a cópia daquilo que surrupiam na internet até nas páginas daqueles de quem fingem ser amigos, seja uma atabalhoada e sôfrega reprodução que por vezes de tão torpe chega a passar por trabalho original debaixo da máxima “se é feio é bom”.

A estes autores a censura do lápis azul dar-lhes-ía legitimidade uma vez que o seu sentido ético está morto e o seu sentido moral é míope para além do próprio umbigo, e assim com censura poderiam apresentar por sua a ideia de outros como se estivessem interpretando um sentimento colectivo mesmo não sabendo de quê. O pior é que eles nem sabem o que é isso de legitimidade a não ser a que lhes possibilita a sua própria existência parasitária.
 

 
 A estes autores a censura do lápis azul dar-lhes-ía legitimidade uma vez que o seu sentido ético está morto e o seu sentido moral é míope para além do seu umbigo, e assim com censura poderiam apresentar por sua a ideia de outros como se estivessem interpretando um sentimento colectivo mesmo não sabendo de quê.







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