Há quem diga que ando a ver coisas que não são. Que o pão não tem nada a ver com isso. Que é mas é a minha cabeça... E que os confrades do pão (não perguntei qual a confraria) não dizem nada disso.
Então eu também lhes poderia dizer que sim, e que não, isto do Pão.
Que é de muita observação e conversa com quem o faz... que há padeiros na família. Mas isso há na de todos os que vieram da aldeia porque aqui há uns anos o pão era feito em casa e cozido no forno comunitário. Mas refiro-me aos padeiros que têm padaria à antiga, agora chamam-lhes panificações, daqueles que amassavam à mão e depois faziam a venda porta a porta pelas aldeias, onde as pessoas apesar de cozerem a sua broa de centeio ou milho a partir dos cereais que produziam, preferiam comprar o pão de trigo já cozido, ainda que o tal padeiro da minha família lhes vendesse toda a farinha de trigo que eles quisessem, mas eles usavam-na para as suas culinárias e preferiam o pão dele... safa que grande e cansativa era a volta das aldeias uma vez por semana por estradas de terra através da montanha.
Poder-lhes-ía dizer que ajudei o meu pai a construir um forno de abóbada com tijolo refractário, que era eu que acendia o forno e que avaliava a temperatura, que ajudava a minha mãe a amassar e a enfornar o pão... Que a tia Rita (irmã do avô) que era muito Católica muito Apostólica e muito Romana dizia às sobrinhas "Ai menina esse bico não, ponha dois rolinhos de massa em cruz."; "Por amor de Deus não faça uma racha se é de talhar é talhar em cruz." Mas isto da genitália feminina fica para depois.
Por agora a quem me disser que estou enganado eu apenas respondo: Têm razão Vossas Mercês. Vossas Mercês "é mais bolos" não é?...
Bolo de São Gonçalo, Amarante, Portugal.
1 comentário:
Gosto de todo o texto , mas adoro o ultimo parágrafo .
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