O outro lado da pequena sala. A percepção do espanto do esforço do trabalho na pedra dá lugar à perplexidade do trabalho forçado que desconhecemos, que ignoramos e que toleramos.
Começa pela nossa calçada portuguesa (falei a 30 de Janeiro) um trabalho forçado feito por homens agrilhoados que estavam encarcerados no Castelo de São Jorge pela década de 1840 e deu origem ao empedrado do Rossio em Lisboa, conhecido por "Mar Largo" e que tanto espantava os visitantes estrangeiros do sec. XIX pela ilusão de óptica que fazia parecer ser o pavimento às ondas, em relevo.
O grande desenho escuro é a representação da Pedreira de Mauthausen - Gusen que tenho aqui mostrado (15 de Fevereiro) e falado em publicações anteriores.
No chão um pedaço de calçada portuguesa e o martelo conhecido por escoda, um paralelepípedo de granito semelhante ao de Mauthausen- Gusen, e uma escultura jacente do António Diogo Rosa.
À direita um plinto onde uma redoma em vidro abriga uma maceta portuguesa e um cinzel curto. O painel que está por cima tem um corpo anónimo com a farda dos prisioneiros dos campos de concentração e extermínio que o Reich Alemão produziu entre Março de 1933 e 1945 incluindo o conjunto de mais de 100 campos de concentração que hoje chamamos genéricamente Mauthausen. Nesse desenho a vermelho atrás da figura lê-se a palavra COLTAN uma abreviatura dos minérios Columbite e Tantalite que hoje produzem modernos campos de concentração e extermínio na Républica do Congo, Ruanda, Afeganistão; e desestabilizam governos legítimos de países como a Colômbia, o Brasil, a Venezuela...
1 comentário:
Podemos ver mais do que visto! Podemos ver contado, comentado!
Fantástico, Luís!
Beijinhos e obrigada :)
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