domingo, 24 de maio de 2020

Respiro de boca aberta





Respiro de boca aberta,
e não há poesia nisso
-dói-me a cabeça muitíssimo-
que poesia na dor pode haver?
Sinto o meu corpo a lutar,
uma força sedativa quebra-me 
a vontade e aos poucos a dor.
Ofegante e sem alento
triste e entristecido ouço
dentro das têmporas
o bater do badalo 
a pulsação 
uma flor estiolada
estala e ribomba
ao precipitar-se na erva
de borco.



1 comentário:

Maria Eu disse...

Fica a ânsia do ar que nos falta, o coração em arritmia...
Virá de novo, esse respirar mais tranquilo, Luís!

Beijinhos :)
Beijinhos