sexta-feira, 18 de março de 2011

Japão, o que fazer?

 Vivemos de uma maneira totalmente dependente da nossa tecnologia.
Somos muito frágeis e qualquer sobressalto significativo pode-nos fazer caír numa forma de sociedade primitiva.
Não sei porque não mudamos rápidamente de prioridades, porque continuamos a olhar o nosso umbigo e a nossa vidinha de pequenas insignificâncias torpes.



 No Japão a área de desastre é de cerca de 500 km. Os números oficiais admitem 6 000 mortos, 10 000 desaparecidos.
 Após uma semana do terramoto e maremoto de Sendai, as populações têm de viver em 2200 centros de abrigo onde velhos, doentes e pessoas mais vulneráveis morrem à míngua de medicamentos, de comida e de frio.
 As temperaturas são baixas, neva e chove, a energia eléctrica é fornecida apenas durante algumas horas ou não há de todo. Não há água, não há gás. Falta combustível mesmo para os camiões de ajuda que assim ficam imobilizados.
 Pior do que tudo,a central nuclear de Fukushima com 6 reactores entrou em colapso e a situação é apocalíptica, nunca houve nada assim e a radioactividade irá chover em todo o Oceano Pacífico entrando na cadeia alimentar global.
 Esta instalação tem sérios problemas desde há 35 anos, as entidades internacionais sempre tiveram sérios problemas para obter relatórios não falsificados sobre as condições da sua operacionalidade em segurança, e agora talvez seja tarde demais.
 Os endinheirados de Tóquio começaram já a abandonar o país. As lojas de Guinza sempre cheias e iluminadas estão sem luz, no interface de Shibuya os relógios pararam os gigantescos televisores de apelo ao consumo estão desligados, só os comboios continuam pontuais.
 Os helicópteros das forças militares de defesa do Japão regaram a área sobre a piscina de armazenamento de "varetas" do dito combustível nuclear do reactor 3. Entre outros, 350 bombeiros, voluntários para a missão, saíram de Tóquio com os seus carros equipados com tanques canhão que conseguem projectar toneladas de água a 80m de distância.
 Não posso deixar de pensar em Chernobyl e no sacrifício dos voluntários; alguns ditos voluntários foram obrigados a tal devido à sua condição militar sem direito a recusa. Chernobyl afectou 2,3 milhões de pessoas, número oficial das autoridades, pessoas prematuramente mortas ou com doenças terminais derivadas.

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