segunda-feira, 4 de abril de 2011

O Voto e o Ex-voto a Santa Maria. Cantigas de Santa Maria um monumento intemporal da nossa língua quando passou a ser língua escrita oficial em substituição do Latim (séc. XIII).



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De uma princesa grega a Vasco da Gama

Em acção de graças por um suposto milagre na viagem de barco que a trouxe a Portugal (onde vinha ser dama de honor da futura rainha D. Isabel), a princesa grega Betaça (ou Vetaça) Lescaris manda construir, no final do século XIII / início do século XIV, a Igreja de Nossa Senhora das Salas primitiva.




A igreja primitiva é uma construção modesta, de uma só nave, mas torna-se rapidamente num destino de intensa peregrinação.

Talvez em acção de graças pelo sucesso da viagem à Índia, o Vasco da Gama decide, em 1529, reedificar o edifício de raiz, dando-lhe uma escala mais grandiosa (na foto).


A Ordem de Santiago, em conflito com Vasco da Gama, não vê com bons olhos a reedificação, Dom Jorge de Lencastre determina que não seja concluída a mudança, mandando que os confrades ampliassem o templo primitivo. Apesar da autoridade do mestre, a ordem não foi acatada. Concluída a ermida, com evidentes traços manuelinos, foram colocadas junto do portal duas lápides que reforçam a posição do Gama: "Esta Casa de Nossa Senhora das Salas mandou fazer o muito magnífico senhor Dom Vasco da Gama, Conde da Vidigueira, Almirante e Vice-rei das Índias".
Principais intervenções ao longo dos séculos
Na transição do século XVII para o século XVIII, a ermida sofre obras importantes (uma "actualização programática e estética dentro dos figurinos pós-tridentinos", nas palavras de José António Falcão e Ricardo Estevam Pereira, cujo texto "A Ermida de Nossa Senhora das Salas", incluído no catálogo "Da Ocidental Praia Lusitana" é de referência para uma história do monumento). A intervenção mais significativa foi a instalação na capela-mor de um retábulo de talha dourada.

O terramoto de 1755 leva a obras que alteram sensivelmente a configuração da ermida. No início da década de 1770 são encomendados azulejos para o revestimento do interior da igreja, formando um ciclo alusivo à vida de Maria. Nesta campanha de obras, são acrescentados ao retábulo elementos da linguagem rococó.
Até este século, a ermida possuiu casas próprias para os romeiros e para a habitação do ermitão. A Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais demoliu-os em 1961-62. A igreja era revestida por ex-votos oferecidas especialmente pelos náufragos que se acolheram à protecção de Nossa Senhora das Salas.

Tesouro aberto ao público
Monumento Nacional desde 1922 (decreto-lei n.º 8518 de 30 de Setembro de 1922 J. M. S.) a Igreja de Nossa Senhora das Salas sofreu um processo de restauro desde os anos 1990 e encontra-se neste momento aberta ao público com o seu tesouro disponível para visita.

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