domingo, 10 de janeiro de 2016

Jane Elliott. Uma lição sobre o preconceito e o Racismo, uma doença de que sofremos também aqui em Portugal.

Não há volta a dar: Nesta sociedade, com o tipo de ensino que recebemos e com a instrução a que somos submetidos crescemos preconceituosos e racistas. Por volta dos 9 anos percebi que assim era. Depois de ter decidido curar essa doença com tenacidade, aos 17 anos apanhei-me em flagrante delito. Dei conta que o meu pensamento conseguia ser antecipado pelo meu preconceito. Por volta dos meus 22 anos tornou-me a acontecer o mesmo. Nessa altura terei afirmado aos amigos que me conheciam que era racista. Quem me rodeava disse que não podia ser, para eu ser racista todos seriam racistas. Precisamente! Afirmava eu nessa altura. Precisamente o que Jane Elliott ainda hoje diz de si mesma. No meu pensamento tive presente esta consciência de que tinha de ser vigilante e lutar contra o automatismo dos meus preconceitos de segregação. Passaram ainda muitos anos até eu saber de Jane Elliot de ler sobre os seus exercícios e de ver os filmes que os documentam.
Não se iludam ser a "sacana" que ela é nas experiências educativas que proporciona desde 1968 tem um preço imediato. O papel intimidatório que ela representa de opressor tirânico, por ser algo totalmente oposto às suas convicções e à sua consciência, durante uma sessão que poderá durar até 10 horas,  custa-lhe dois dias de enxaqueca. É essa a forma como o seu corpo reage para lhe dizer que está a fazer algo de profundamente errado. Além disso desde que tomou a seu cargo esta luta contra a ignorância, esta consciencialização, perdeu o emprego de professora, teve os seus filhos perseguidos e ameaçados, teve de abandonar a cidade onde vivia, foi agredida verbalmente, agredida fisicamente, foi ameaçada de morte muitas vezes.


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