Nos arraiais tradicionais montavam-se parques recreativos de diversão em que cada um podia exibir ou descobrir capacidades inatas, suspeitadas ou desconhecidas.
Nasciam nesses sítios verdadeiras vocações desportivas: Os atiradores especiais a pressão de ar; os vertiginosos voadores em cadeirinhas de carrossel; os frenéticos pilotos de carrinho de choque.
Nessas feiras populares despontavam também as primeiras penas que iriam engalanar o macho desafiador de outros machos e objecto de cobiça das fêmeas: Aí se provava a destreza arrebatadora do lançamento das argolas aos pinos premiadores das bonecas com cabeça de porcelana, dos ursos de peluche e dos trens de cozinha. Aí se provava a valentia pela maneira como se enfrentavam os sobressaltos da jornada na montanha russa e o arrojo com que se ultrapassava a viagem nocturna do comboio fantasma. Aí se prometia e cumpria a força viril com que se conseguia lançar o foguetão para além dos anéis de Saturno.
4 comentários:
Tantas memórias desenterradas com o teu texto! Era mesmo assim! Como eu gostava de ir com o meu pai a essas feiras, onde ele me deixava experimentar tudo, mesmo o que, naquele tempo, era de mau tom as meninas fazerem - como atirar com uma pressão de ar! Mas como ele teria gostado que eu tivesse nascido rapaz,lá me foi ensinando coisas de rapazes, como ir à caça com ele, aprender a disparar a sua Beretta, etc., etc.! Velhos, velhos tempos!
Obrigada por esta viagem...
Quantas memórias me trouxeste, Luís!
Beijinhos :)
A viagem é partilhada Justine.
São memórias nossas Maria Eu.
Beijinhos também!
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