segunda-feira, 31 de agosto de 2020
domingo, 30 de agosto de 2020
Em Alcobaça recolhemos o olhar. A nossa existência no tempo e instante.
A luz e as trevas nas naves laterais.

Os sarcófagos: de Inês,
Passámos por Alcobaça queríamos revisitar o que resta dos túmulos dos amantes apaixonados Pedro e Inês.
Lá almoçámos. Na mesa a distância sanitária virulógicamente incontagiante, umas senhoras que falavam inglês pediram uma refeição que cheirava bem e vinha nuns potes de barro vermelho sem vidrado visível. Perguntei à senhora que fazia o serviço de mesa qual a composição do repasto que vinha nos potes.
-Frango na Púcara! -Disse ela. Pois que havia de ser?! É claro que os potes são púcaras! E são púcaras pois é sabido que os púcaros são bem mais pequenos que as púcaras que ali víamos.
Foi então que aproveitei o envelope onde agora preservam os talhers para bonecar.
sábado, 29 de agosto de 2020
sexta-feira, 28 de agosto de 2020
quinta-feira, 27 de agosto de 2020
quarta-feira, 26 de agosto de 2020
terça-feira, 18 de agosto de 2020
domingo, 16 de agosto de 2020
Os olhos de meu pai
Os
olhos de meu pai eram verdes
Verdes
com pintas vermelhas
Pintas vermelhas bondosas
Como os olhos das Drosophilas
essas pequenas moscas que salvamos
de se afogarem no copo de vinho tinto
com o esforço mínimo do dedo mindinho.
Não estava comtemplada a negação
no que me ensinou meu pai
a recusa não era uma alternativa
O trabalho e o cansaço eram o mérito
sem alarde nem autocomiseração
o esforço e o esgotamento eram silenciosos
como deveriam ser os actos de sacrifício.
“Para que é essa bufada toda?”
repreendia-me ele
“É preciso fazer essa bufada toda?”
Não havia trégua para o medo
Nem para a aflição
“O trabalho não te ensina?”
corrigia-me ele o esforço mal aplicado.
Arfar em silêncio
Suportar a sede
até a pôça de musgo e algas
se abrigar na concha da mão
Escutar o murmúrio das estátuas
quando brancas de lioz e luar
se sentavam ao nosso lado.
Atravessar a nocturna terra sêca
os lacraus piando como pintainhos
aprendendo estrêlas e pedras petadas
Saber os lameiros pelo cacarejar das cobras
Saber da chuva pelo peto
Entender as aves e o vento
Ver de noite e ver a noite…
O sono não é um bicho, um mal,
O sono é um animal brando
Como os fantasmas de pedra
Que descem dos pedestais
Para nos afagarem a metade do crânio
até que a dor passe e acordemos
para nós mais uma vez.
sexta-feira, 14 de agosto de 2020
Sobre racismo, xenofobia e a violência inerente...É preciso ler e ouvir Achille Mbembe, como é necessário ler Franz Fanon.
domingo, 9 de agosto de 2020
sábado, 8 de agosto de 2020
Caixa de cartão. Ainda que não pareça é arte-postal.
O boneco faz alusão a espigões em aço inoxidável a que chamam "dentes de dragão". É uma solução arquitectónica prática de revestimento, destinado a tornar desconfortável a permanênciae numa superfície lisa. Ainda que não pareça é uma forma de protecção e defesa passiva. As primeiras utilizações que vi desta forma de sentir e fazer sentir, foi na aplicação em portas de madeira de recintos muralhados com o fim de impedir o seu derrube por elefantes de combate.
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quarta-feira, 5 de agosto de 2020
terça-feira, 4 de agosto de 2020
alfazema
Apanham-se as hastes de alfazema com uma ligadura de trapinho velho ou um fio. Dobram-se pelas florações e de novo se apanham de forma a fazer uma espiga de alfazema. Pode ser deixado um anel no atilho para a sua suspensão.
Caso se pretenda podem ser de novo dobradas sobre si as hastes de modo a que o fuso fique mais cerrado e não se percam os bagos.
Guardam-se em saquinhos os bagos que caiam ou dos quais não se fizeram espigas.
Aromatizam-se em armários e gavetas, vestes e roupa de cama com a alfazema assim mantida. Dá bom sono e calma disposição a quem assim é perfumado e aos que cheiram este perfume.